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Babi sonha com vaga da ginástica rítmica por mérito

Bárbara Domingos, de 23 anos, é a maior esperança do Brasil na conquista de uma vaga nas provas individuais de ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Para carimbar seu passaporte no megaevento parisiense do ano que vem, ela terá de se classificar pelo menos no 17o lugar do Mundial da modalidade, de 23 a 27 de agosto, na cidade espanhola de Valência. Finalista da edição do Mundial de 2021, em Kitakyushu, no Japão, Babi, como é conhecida, atravessa a melhor fase de sua carreira, o que dá motivos para se acreditar na conquista da classificação para os primeiros Jogos Olímpicos de sua vida.

Foto: Divulgação Ricardo Bufolin/ CBG

Se o Brasil obtiver a vaga, estará se classificando por elevados méritos técnicos, e não como em 2016, por ter sido o país-sede das Olimpíadas do Rio. Em abril último, no Grand Prix de Thiais, na França, obteve a medalha de ouro na fita, com 31.100, deixando em segundo a húngara Fanni Pigniczki, com 29.250 pontos, e em terceiro, a francesa Helène Karbanov, com 29.000. Aquele foi o primeiro ouro do Brasil em GPs dessa modalidade. Nas finais da bola, Babi terminou em oitavo, e no individual geral, que soma as notas de fita, bola, arco e maças, a ginasta brasileira também ficou em oitavo, com 115.050 pontos.

“Estou muito feliz com esse resultado na fita. Estamos conseguindo alcançar nossos objetivos, e isso confirma que estamos, eu e minha treinadora, no caminho certo. Se continuar treinando como estou, e competindo bem, vamos conseguir o grande objetivo que é a conquista da vaga olímpica”, declarou a atleta, na ocasião.

Uma semana antes, também em abril, Bárbara Domingos já havia obtido um feito inédito, a primeira medalha brasileira em etapas da Copa do Mundo de Ginástica Rítmica, com o bronze na competição da fita em Sofia, na Bulgária. Desde então, ela se tornou a primeira latino-americana a ocupar um lugar no pódio num evento de tal nível na GR.

Ainda na atual temporada, a paranaense obteve o 12o lugar no circuito de Copas do Mundo, na cidade italiana de Milão, no evento que reuniu as maiores estrelas da modalidade no planeta. No Mundial de Valência, além de Bárbara Domingos, atual campeã pan-americana, o Brasil também terá Geovanna Santos, a Jojô, vice pan-americana. Como a própria Bárbara, que é uma atleta negra, gosta de relatar, sua inspiração foi a também negra Daiane dos Santos, campeã mundial de solo na ginástica artística, em 2003, vencedora de etapas de Copa do Mundo e representante do Brasil nas Olimpíadas de Atenas-2004 e Pequim-2008.

Babi tinha cerca de 5 anos quando Daiane era uma estrela no cenário esportivo brasileiro. Aos 6, a pequena foi a um treino de ginástica rítmica e se encantou com a modalidade, sob a orientação de Márcia Naves, sua treinadora até hoje. Em 2019, Babi começou a aparecer nas fronteiras além-Brasil, com a medalha de prata na fita nos Jogos Pan-Americanos de Lima. No mesmo ano, no Mundial de Baku, no Azerbaijão, terminou na 31a posição no individual geral, a melhor do país na competição. Tentou a classificação para as Olimpíadas de Tóquio-2020 (realizadas em 2021, devido à pandemia da Covid-2019), mas não alcançou seu objetivo, porque ainda se recuperava de lesão no quadril.

Ainda em 2021, tornou-se a primeira brasileira em uma final individual de Mundial, terminando em 13o lugar em Kitakyushu, no Japão, evoluindo em relação ao seu próprio desempenho em 2019. No ano passado, uma nova lesão a deixou de fora das competições por longos nove meses. Ao retornar, em agosto de 2022, Bárbara Domingos obteve quatro ouros no Campeonato Brasileiro, num prenúncio do momento positivo que está vivendo ao longo de 2023.

O Mundial de Valência dará 14 vagas para Paris-2024, sendo até duas por país. Entretanto, como Itália, Bulgária e Alemanha já têm uma vaga cada por causa da temporada passada, até a 17a vaga vai conceder uma vaga olímpica. Se o Brasil não obtiver a vaga no evento espanhol, terá novas chances no Campeonato Pan-Americano de 2024, que vai conceder mais uma vaga para as Olimpíadas.

O esporte brasileiro jamais subiu a um pódio olímpico na GR. O melhor desempenho individual foi o de Natália Gaudio, com o 23o lugar na Rio-2016. Nos conjuntos, o Brasil ficou em oitavo em duas edições, a de Sydney-2000 e a de Atenas-2004. Para se classificar por equipes para as Olimpíadas de Paris-2024 – que vai reunir 14 conjuntos – as brasileiras terão de terminar no top 5 do mundial de Valência. Se não conseguir tal feito, também irá buscar sua classificação no Campeonato Pan-Americano, previsto para abril ou maio do ano que vem.

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