O nome Beatriz Ferreira rima com história. Aos 31 anos, a boxeadora tornou-se a primeira pugilista feminina do Brasil a conquistar um título mundial profissional, na categoria peso leve (até 61kg) da Federação Internacional de Boxe. No último sábado, ela venceu a argentina Yanina Lescano por nocaute técnico, em Liverpool, na Inglaterra. O duelo com a boxeadora argentina foi encerrado a 49 segundos do fim do sexto round, com Lescano sangrando muito por causa de um corte no supercílio provocado por Bia no assalto anterior.
A atleta baiana de Salvador, mais conhecida como Bia Ferreira, já havia feito história ao se tornar a primeira medalhista olímpica feminina brasileira no boxe ao conquistar a medalha de prata nos Jogos de Tóquio-2020, realizados em 2021 devido à pandemia da Covid-19.
Bia vem colecionando pódios nacionais desde 2014, ainda nos Jogos Abertos do Interior. Agora, além da prata olímpica, tem no currículo os ouros do Mundial Amador de 2019 e 2023; prata no Mundial Amador de 2022; os ouros nos Jogos Pan-Americanos de 2019 e 2023; três ouros no Strandja Tournament de 2019, 2021 e 2023; ouros no Torneio Belgrado Winner de 2017 e 2018; um ouro no Continental Feminino Elite de 2017; ouro nos Jogos Sul-americanos de 2018, e um ouro no Mundial Militar de 2021, entre outras medalhas. Por duas vezes, ela foi considerada a Melhor Atleta do Brasil, em 2019 e 2023.
Sem exageros, Bia tem o boxe em seu DNA. Afinal, é filha de Raimundo Oliveira Ferreira, o Sergipe, boxeador bicampeão brasileiro e tricampeão baiano nos pesos galo e supergalo, seu maior incentivador e primeiro treinador. A boxeadora estreou no esporte profissional em novembro de 2022, e ainda está invicta, com cinco vitórias em cinco duelos.
Depois das Olimpíadas de Paris, em julho e agosto próximos, Bia pretende dedicar-se apenas às competições profissionais. Com o cinturão mundial, ela parte agora para mais um desafio: despedir-se do esporte amador em grande estilo.
“Estou muito feliz. Alcancei o objetivo, mas a luta não saiu como a gente planejou. Agora, a meta é ser campeã olímpica. E prometo que a próxima luta vai ser melhor do que essa. Eu não estava nada distraída (por causa das Olimpíadas), estava muito focada no cinturão”.
Foto: Instagram @cdm.cefanoficial
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