O WTA 500 de Seul é verde e amarelo. Com grande poder de reação, a tenista brasileira Beatriz Haddad Maia conquistou, neste domingo, dia 22, o importante torneio da Coreia do Sul, ao derrotar na final a russa Daria Kasatkina. Em 1h50m de disputa, a brasileira se impôs e venceu de virada, por 2 sets a 1, parciais de 1/6, 6/4 e 6/1.
Com o título em Seul, Bia passará a somar 2.981 pontos, saltando do 17º para o 12º lugar no ranking mundial. Já a russa Kasatkina vai subir do 13º para o 11º posto, com 3.020 pontos, O trio top 3 do ranking mundial feminino do tênis é formado pela polonesa Iga Swiatek, com 10.885; a bielorrussa Aryna Sabalenka, com 8.716; e a americana Jessica Pegula, com 6.220. A brasileira chegou a ocupar, em maio de 2023, o décimo lugar no ranking, melhor colocação na carreira.
Além do troféu e da subida no ranking, a tenista brasileira vai receber o prêmio de 142 mil dólares (cerca de R$775 mil) pelo título. Recentemente, ela superou os US$7 milhões (mais de R$38 milhões) ao longo de toda a carreira.
Esta foi a primeira vez que Bia conquistou um WTA 500, atrás apenas do WTA Elite Trophy (o antigo Torneio das Campeãs), que ela conquistou no fim de 2023. No mesmo ano também conquistou o WTA 250 de Nottingham e Birmingham, quando chegou a ser 10ª no ranking mundial. No mês passado foi novamente Vice-campeã em Cleveland. Em 2017, em Seul, foi derrotada na final pela tenista Jelena Ostapenko, da Letônia. Esta foi a sétima decisão de Bia em torneios WTA e quarto título. É a terceira temporada seguida em que ergue pelo menos um troféu.
Após a conquista, Bia dedicou o título ao seu fisioterapeuta Paulo Cerruti e à esposa dele, que perderam um dos filhos gêmeos em agosto, duas semanas após o nascimento.
“Quero agradecer minha equipe, meu técnico Rafa (Paciaroni), o resto do meu time no Brasil, espero que eles estejam vendo, é muito cedo no Brasil (risos). Quero dedicar o título ao meu fisio e à sua esposa. É um momento especial para nós.”
Bem-humorada, a tenista número 1 do Brasil chegou a brincar com suas dificuldades com a língua coreana. Mas prometeu que na edição do torneio no ano que vem vai estar mais bem preparada quanto a isso.
Foto: Instagram @WTA
"Eu gostaria de ter aprendido algumas palavras para vocês, amigos. Eu estudei ontem, mas esqueci tudo”, brincou "A única coisa que sei é o amor, é a mensagem que significa muito para todos. O mundo precisa de mais amor. Quero voltar muito ano que vem para aprender mais e discursar em coreano”.
Na atual temporada, a brasileira participou das Olimpíadas de Paris, tendo sido eliminada na segunda rodada tanto nos simples quanto nas duplas. Mas fez boa campanha no US Open, em Nova York, onde alcançou as quartas de final daquele Grand Slam. Antes dela, nenhuma brasileira havia chegado a essa fase do torneio desde a lendária Maria Esther Bueno, em 1968. Maria Esther Bueno é o maior nome da história do tênis verde e amarelo, independentemente do sexo, tendo conquistado 19 Grand Slams, sendo sete na categoria simples, 11 em duplas femininas e um em duplas mistas.
Para o comentarista e ex-tenista Fernando Meligeni, é visível a evolução da atleta brasileira de 28 anos.
"Está muito claro que a Bia colocou novas armas como variação de jogo. Ela dá mais curtinhas, sobe mais à rede, usa mais o slice, foge mais da esquerda para bater de direita. Quando ela entrou no circuito e se meteu no top 10, jogava excessivamente no meio, enquanto, hoje, abre mais ângulo e distribui melhor a bola", analisou Meligeni.
Não faltarão compromissos para Bia Haddad colocar em prática as variações de jogos. A tenista vai disputar quatro torneios em outubro: WTA 1000 de Pequim, China, de 25 de setembro a 6 de outubro; WTA 1000 de Wuhan, de 7 a 13 de outubro; WTA 500 de Ningbo, China; ou WTA 250 de Osaka, Japão, de 14 a 20 de outubro; e o WTA 500 de Tóquio, Japão, de 21 a 27 de outubro.
Comments