Tudo bem que o carnaval está chegando, e o povo brasileiro parece mesmo enlouquecer com a festa. Mas entre um bloquinho e outro; ou em paralelo aos desfiles de escolas de samba, vale a pena reservar na agenda um tempinho para acompanhar o Pré-Olímpico Feminino de Basquete, que será disputado no Mangueirinho, em Belém do Pará, de quinta-feira até domingo. Afinal, no torneio quadrangular, que reúne Brasil, Alemanha, Sérvia e Austrália, estarão em disputa três vagas para os Jogos Olímpicos de Paris, em julho.
Um dos destaques da equipe verde e amarela nessa folia das quadras é a pivô Damiris, que acaba de assinar contrato com o Indiana Fever, que joga na WNBA, a liga americana profissional de basquete. Aos 31 anos, a veterana quer colocar toda a experiência a serviço da seleção. “Minha primeira vez aqui em Belém. Estou amando. Espero que continue nos dando alegria nesses próximos dias”, afirmou em seu Instagram oficial a pivô, que esteve com a seleção no Mangueirão, no domingo passado, dia 4, para o duelo de futebol, entre Remo e Paysandu, válido pelo Campeonato Paraense.
Foto: Instagram @dantasdamiris
“Domingo muito especial no Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão. Recebemos o convite para acompanhar o clássico entre Clube do Remo e Paysandu e fiquei impressionada com o tamanho e o amor dos fãs daqui. Quero ver toda essa torcida por nós, lá na Arena Mangueirinho durante o Pré-Olímpico de Basquete Feminino”, enfatizou ela, esperançosa que a torcida ajude o time a conquistar a vaga olímpica.
Pelo regulamento da FIBA, o Brasil estreia contra a Austrália, nesta quinta-feira, às 20h, horário permanente das partidas das donas da casa. Mais cedo, às 17h, se enfrentam Alemanha e Sérvia. No sábado de carnaval, o duelo das brasileiras será com a Sérvia. Mais cedo, a disputa será entre Austrália e Alemanha. Por fim, no dia 11, domingo de carnaval, as brasileiras enfrentam as alemãs. Na preliminar, o jogo será entre Austrália e Sérvia. Três equipes garantem vaga nos Jogos de Paris.
Os grupos com França e EUA terão dois classificados cada, além de francesas e americanas - anfitriãs e atuais campeãs mundiais - que já estão garantidas nas Olimpíadas, mas mesmo assim jogam os Pré-Olímpicos. O Brasil chega ao Pré-Olímpico com moral após o título da AmeriCupW, em julho, no México. Aquele título fez a seleção dar um salto no ranking mundial, voltando ao top 10 em oitavo.
Além de Damiris, o técnico José Neto convocou para o Pré-Olímpico: Débora Costa, Carina Martins, Tainá Paixão (armadoras); Isabela Ramona, Leila Zabani, Vanessa Sassá (alas); Vitória Marcelino, Emanuely Oliveira, Stephanie Soares (alas-pivôs); Érika Souza e Kamilla Soares (pivôs).
Caso a seleção se classifique, Damiris terá em Paris a sua terceira participação em Olimpíadas, depois das edições de Londres-2012 e Rio-2016. Também pela seleção adulta, Damiris ajudou na conquista da Copa América de 2011, com apenas 19 anos. No mesmo ano, integrou a campanha do bronze nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México. A pivô paulista subiu ao topo do pódio com a seleção também nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 e na Copa América no México, ano passado.
Com 1,91m de altura, a atleta paulista é pivô, mas adiciona uma característica importante ao seu estilo. Além de atuar com destaque no garrafão - em especial nos rebotes - sabe também sair da área pintada e fazer arremessos de média e longa distâncias, isto é, para dois ou três pontos. Com isso, eventualmente, abre uma boa possibilidade de variação tática para seus treinadores e para as companheiras em quadra.
Natural de Ferraz de Vasconcelos, na Região Metropolitana de São Paulo, Damiris teve seus primeiros contatos com a bola laranja no colégio. Depois conseguiu uma vaga na escolinha mantida em Santo André, no ABC Paulista, pela estrela Janeth Arcain, campeã mundial de basquete na Austrália, em 1994, prata olímpica em Atlanta-1996, bronze olímpica em Sydney-2000 e tetracampeã da WNBA, pelo Houston Comets.
Em 2010, a pivô estreou no COC/Jundiaí, e no ano seguinte já estava no Real Celta Vigo, da Espanha. De volta ao Brasil, passou por Ourinhos, Maranhão e Americana, até ser draftada pelo Minnesota Lynx, da WNBA. Pela mesma liga, em 2015, defendeu o Atlanta Dream e, em 2019, retornou ao Lynx, onde permaneceu até maio do ano passado. O seu currículo reúne ainda temporadas no México, pelo Fuerza Regia e, na Turquia, pelo Ormanspor. Em 2020 foi apontada pela Revista Forbes como uma das personalidades com menos de 30 anos mais influentes do esporte mundial.
No último dia 1 de fevereiro, foi anunciada a assinatura do compromisso de Damiris com sua mais nova equipe na WNBA: a Indiana Fever, de Indianápolis, equipe que irá defender a partir de maio, após o Pré-Olímpico. Segundo a gerente geral do Fever, Lin Dunn, a contratação da brasileira vai acrescentar muita qualidade à equipe.
“ É uma jogadora veterana. Por isso, trazemos alguém que pode continuar a desafiar as nossas jovens jogadoras. Ela já jogou no mais alto nível, tanto na WNBA pelo Minnesota (Lynx) quanto nos clubes de fora. Eu penso que ela será valiosa para a nossa equipe”, previu Lin Dunn.
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