Virou decisão. Virou mata-mata, ainda na fase de grupos. Será vencer ou vencer. Derrotada pela França por 2 a 1, na manhã deste sábado (29), em Brisbane, na Austrália, a seleção brasileira acabou por complicar sua caminhada no Grupo F da Copa do Mundo Feminina da Fifa, que vem sendo disputada na Austrália e Nova Zelândia. Como a Jamaica derrotou o Panamá por 1 a 0, na mesma chave, para avançarem às oitavas, as brasileiras terão de derrotar as jamaicanas na próxima quarta-feira, dia 2 de agosto, às 7h de Brasília. Para a Jamaica, bastará o empate para seguir adiante.
As francesas, que tinham empatado com a Jamaica na estreia, lideram o grupo com 4 pontos, mesma pontuação das jamaicanas. O Brasil, que havia goleado o Panamá na rodada de abertura por 4 a 0, tem 3, e o Panamá, zero. As equipes classificadas na chave do Brasil irão se defrontar nas oitavas com as classificadas do Grupo H, que reúne Alemanha, Colômbia, Coreia do Sul e Marrocos. Provavelmente, as brasileiras pegariam as alemãs.
Neste sábado, a equipe verde-amarela tropeçou não apenas no tabu de jamais ter derrotado as adversárias – em 12 jogos oficiais e amistosos são sete triunfos franceses -, como também em seus próprios erros. Para ganhar, a França usou a cabeça. No primeiro tempo, Le Sommer cabeceou para abrir o placar. Debinha empatou na segunda etapa, e Renard – a zagueira especializada no jogo aéreo – decidiu também de cabeça, após escanteio.
Depois do duelo, Pia Sundhage, a treinadora sueca do Brasil, reconheceu as falhas da equipe e assumiu a culpa pela derrota.
“Eu não havia inicialmente preparado tão bem as nossas jogadoras para fazer as conexões em campo. Porque tudo parecia estar funcionando muito bem antes. Mas os primeiros 30 minutos da partida foram um grande momento, crucial para os dois times, e faltou um certo entrosamento na nossa equipe. Não houve ousadia e alegria no primeiro tempo. É claro que erros acontecem e isso não é um problema, mas é preciso fazer uma recuperação disso”, analisou Pia. A treinadora gostou das oportunidades criadas no segundo tempo e espera que contra a Jamaica as jogadoras recuperem o foco e a alegria de jogar típica do futebol brasileiro.
Foto: Thais Magalhães/@CBF_Futebol
Autora do gol brasileiro, a atacante Debinha também observou que a seleção começou o segundo tempo de forma diferente:
“A gente tem que começar assim desde o começo do jogo. Elas tiveram a oportunidade que elas procuraram, a gente trabalhou isso, sabíamos que elas iam fazer aquela barreira ali e elas tiveram sucesso. A gente tem que prestar mais atenção nos pequenos detalhes, a gente sabia que seria decidido nos pequenos detalhes.”
A França vem sendo uma “pedra na chuteira” da seleção brasileira em Copas do Mundo desde a edição masculina de 1958, na Suécia, quando a seleção de Pelé, Garrincha, Vavá, Didi e outros goleou o tradicional rival por 5 a 2, na semifinal, antes de ganhar o primeiro dos cinco títulos. Nas quartas de final do Mundial de 1986, no México, a França eliminou o Brasil nos penaltis, depois do empate por 1 a 1. Em 1998, na final da Copa organizada pela França, a dona da casa goleou por 3 a 0, levando a taça. Já em 2006, nas quartas no Mundial da Alemanha, novamente deu França: 1 a 0.
No que diz respeito aos Mundiais femininos, o roteiro tem sido o mesmo. Na edição de 2003, nos Estados Unidos, empate em 1 a 1. Em 2019, na Copa da França, nas oitavas, as anfitriãs venceram na prorrogação por 2 a 1, mesmo placar do confronto deste sábado, na Austrália.
Pela Chave G da Copa do Mundo, a Suécia se classificou para as oitavas, ao arrasar a equipe da Itália por 5 a 0, em Wellington, Nova Zelândia.
*França 2 x 1 Brasil
Local: Brisbane Stadium, em Brisbane, na Austrália
Árbitra: Kate Jacewicz (Austrália)
Assistentes: Kyoung-Min Kim (Coreia do Sul) e Joanna Kate Charaktis (Austrália)
Público: 49.378
Gols: Le Sommer, aos 17 do 1oT; Debinha, aos 13 do 2oT; Renard, aos 37 do 2oT.
FRANÇA: Magnin; Lakrar, Renard, Périsset e Karchaoui; Toletti, Geyoro e Dali (Garrec); Diani, Bacha e Le Sommer (Becho).
BRASIL: Lelê; Antonia (Mônica), Rafaelle, Lauren e Tamires; Luana, Adriana (Bia Zaneratto), Ary Borges (Ana Vitória) e Kerolin; Debinha (Marta) e Geyse (Andressa Alves).
Cartões amarelos: Dali (França); Toletti (França); Luana (Brasil); Karchaqui (França)
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