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De “amasso” em "amasso", Brasil chega ao terceiro lugar no quadro de medalhas das Paralimpíadas


       No último sábado (31), a nadadora pernambucana Maria Carolina Santiago igualou a marca  de quatro medalhas de ouro em Jogos Paralímpicos da velocista Ádria dos Santos, do atletismo, ao vencer em Paris os 100m costas, na classe S12 (deficiência visual), com o tempo de 1min08s23, novo recorde das Américas na prova.   

      Esta foi também a sexta medalha paralímpica de Carol Santiago. Em Tóquio-2020, ela conquistou três ouros nos 50m livre (26s82), 100m livre (59s01) e 100m peito (1min14s89), um bronze, nos 100m costas (1min09s18) e uma prata, no revezamento 4x100m livre misto 49 pontos (3min54s95). 

     “É uma satisfação fazer parte deste grupo seleto de grandes nadadores brasileiros. Queria dizer que chegar a isso não estava em nenhum dos meus pensamentos, mas é fruto de um trabalho muito sério que fazemos. E eu sou fã da Adria demais. Estar junto a ela é uma honra”, declarou Carol, que ainda fará provas individuais nos 50m livre S13 nesta segunda-feira, dia 2, 200m medley S13 no dia 3, 100m livre S12 no dia 4 e 100m peito SB12 no dia 5, além da medalha por equipe no revezamento 4x10m livre misto – 49 pontos, no dia 4.   

   "Realmente é uma satisfação que eu não sei nem descrever agora. Eu estou muito feliz. E muito satisfeita com tudo que a gente fez, todo o programa. Confesso que eu fiquei bem apreensiva ali no final, porque eu deixei minha vida ali. E quando eu cheguei, eu praticamente cheguei sem perna. E aí eu não sabia se eu tinha chegado na frente. E aí de repente a Gabi disse, comemora que tu ganhou. Aí eu comecei a comemorar, gente”, disse após a vitória de sábado.


Foto: Instagram @mariacarolinasantiago


     A atleta pernambucana de 39 anos nasceu com a síndrome de Morning Glory, uma alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Ela praticou natação convencional até o fim de 2018, quando migrou para o esporte paralímpico. Neste ciclo paralímpico, Carol Santiago foi ouro nos 100m costas (1min08s89), nos 100m borboleta (1min05s68), nos 100m livre (58s87), nos 50m livre (26s71) e no revezamento 4x100m (3min56s03), prata nos 100m peito e bronze nos 200m medley e no revezamento 4x100m medley no Mundial de Manchester 2023. Além disso, ganhou ouro nos 100m borboleta (1min07s00), nos 100m peito (1min14s91), nos 50m livre (26s86), nos 100m livre, (59s62) no revezamento 4x100m livre e no revezamento 4x100m medley e prata nos 100m costas no Mundial da Ilha da Madeira 2022. 

     No mesmo dia, Fernanda Yara, conquistou outro ouro só que no atletismo, nos 400m, na classe T47 (atletas com amputação de braço), com 56s74. A também brasileira e estreante Maria Clara Augusto ficou com o terceiro lugar. Fernanda comemorou bastante o resultado, ainda mais porque quatro semanas antes da viagem ela havia machucado o joelho. 

    "Não conseguia treinar, não conseguia fazer nada, então bateu um momento de desespero. Eu passei duas semanas para baixo. Mas eu tive pessoas que me ajudaram, meu técnico, minha família, os fisioterapeutas, psicólogos principalmente, a equipe multidisciplinar do CPB, quero agradecer a todos que estão envolvidos", festejou Fernanda, que ganhou a primeira medalha em sua terceira participação em Paralimpíadas. 

       O sábado foi de muita festa brasileira em Paris. O nadador Gabriel Araújo, que na sexta (30)  havia vencido os 100m costas, levou o segundo ouro em Paris, desta vez nos 50m costas na classe S2 (limitações físico-motoras), com 50s93. Foi o terceiro ouro brasileiro conquistado no sábado. 

    “Não sei se tem como falar outra coisa. Eu amassei, mas vou falar, amassei de novo. Não tenho o que dizer. Foi uma prova fantástica, sensacional, de manhã já tinha sido bom, e eu sabia o que tinha que fazer para acertar e melhorar mais ainda. Só que foi um tempo que chama muita atenção, chama muita atenção, foi muito bom, e eu acho que eu não estou nadando, não, eu estou voando, estou flutuando na água”, enfatizou Gabrielzinho. 

     Ao todo, no sábado, o Brasil obteve mais dez medalhas (dois ouros e uma de prata, na natação; um ouro, uma prata e três bronzes, no atletismo e dois bronzes, no tênis de mesa), chegando em terceiro no quadro geral de medalhas, com 23 no total, atrás da China, com 42, e da Grã-Bretanha, com 25. Os brasileiros têm 8 ouros, os chineses, 20, e os britânicos, 11.  Até hoje, a melhor colocação do Brasil nos Jogos foi o sétimo lugar em Londres-2012 e em Tóquio-2020.  

       As outras medalhas brasileiras de sábado foram de: Wendell Belarmino (natação), prata nos 50m livre (classe S11); Thalita Simplício (atletismo), prata nos 400m (T11); Bruna Alexandre e Danielle Rauen (tênis de mesa), bronze na classe 20; Claudio Massad e Luiz Manara (tênis de mesa), na classe 18; Cícero Nobre (atletismo), no lançamento de dardo (F57); e Joeferson Marinho (atletismo), nos 100m (T12).

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