As brasileiras são mesmo 100%. Com convincentes 3 a 0 sobre a Turquia no último domingo, dia 16, a seleção brasileira de vôlei terminou a primeira fase na liderança invicta da Liga das Nações feminina. Foram 12 vitórias em igual número de partidas, feito inédito desde a criação do torneio em 2018, tanto no feminino quanto no masculino.
Na próxima quinta, às 10h30m de Brasília, na fase final da competição, na Tailândia, as brasileiras enfrentam as donas da casa, em partida eliminatória. Os outros confrontos previstos são: China x Japão, Itália x EUA e Turquia x Polônia.
A Liga das Nações substituiu o antigo Grand Prix, competição que já tinha quase 30 anos de existência. O Brasil foi 12 vezes campeão do Grand Prix. Agora, busca o primeiro título da Liga. Os melhores resultados são três vice-campeonatos, em 2019, 2021 e 2022. A Turquia é a atual campeã, os EUA venceram em 2018, 2019 e 2021, enquanto a Itália levantou o troféu em 2022. Com os resultados desta Liga das Nações, a seleção brasileira foi elevada ao primeiro lugar do ranking mundial da Federação Internacional de Vôlei (FIVB).
Mesmo satisfeito com os resultados obtidos, o técnico José Roberto Guimarães declarou que a invencibilidade é motivo de orgulho, mas agora o grupo tem de virar a página.
"Precisamos manter o foco e o envolvimento do grupo. O comprometimento do time com a parte técnica, tática, alimentação e descanso tem sido muito grande. Agora é um novo campeonato, e já precisamos pensar na Tailândia", declarou, após o triunfo sobre as turcas.
Ao menos teoricamente, a Tailândia não está no mesmo nível do Brasil. Só avançou à segunda fase porque já estava indicada como sede da fase decisiva da Liga das Nações feminina. Se dependessem apenas do desempenho na tabela, as tailandesas não teriam se classificado, porque ficaram na 13ª colocação, com três vitórias e nove derrotas. Caso o Brasil se classifique, vai enfrentar China ou Japão nas semifinais.
Ao mesmo tempo em que vai lutar pelo título inédito na Liga das Nações, a equipe brasileira olha também para as Olimpíadas de Paris, entre julho e agosto. Na seleção verde e amarela, um dos destaques vem sendo a ponteira e capitã Gabi, maior pontuadora do elenco.
"Estou orgulhosa do time (Brasil) outra vez. Tivemos muitas reviravoltas e momentos difíceis, mas nunca desistimos. E é isso que temos feito nesta Liga das Nações. Não há adversários fáceis", declarou. " Só quero ajudar o time ao máximo. As meninas também estão fazendo um trabalho incrível. Sempre digo isso, e não é clichê: o Brasil não tem uma única jogadora que faz a diferença. Tem 14 atletas que podem fazer a diferença".
A atleta de 30 anos que fala de si própria com modéstia, conquistou elogios de adversários, como o italiano Stefano Lavarini, técnico da seleção polonesa (à qual o Brasil venceu por 3 a 1 na primeira fase da Liga das Nações).
"(O Brasil) Tem várias jogadoras de grande qualidade e experiência internacional, além de novos talentos que estão aparecendo. Há a liderança da Gabi, a filha do deus do vôlei, como eu costumo dizer", enfatizou.
A ponteira Gabi, medalhista de prata no Jogos de Tóquio-2020, é um dos trunfos da seleção para fase final
Foto: Instagram @na.nossa.rede
Treinador da Polônia desde 2022, Lavarini foi técnico do Minas, de 2017 a 2019. Em Belo Horizonte, teve a oportunidade de treinar Gabi ao longo de uma temporada. Mais tarde, na Turquia, no entanto, passaram a ocupar lados opostos na quadra. Enquanto ele assumiu o Fenerbahçe, a atleta passou a jogar pelo Vakifbank, desde 2019.
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