Por Andréa Bruxellas
Assim como a religião, o esporte é impregnado de mitos e de ritos. Um retroalimenta o outro. Com a espetacularização dos eventos esportivos, a mídia resgatou o caráter mítico dos antigos gregos para produzir figuras mitológicas modernas, os heróis esportivos. As jornadas desses atletas, desafios, vitórias e derrotas são narradas e interpretadas de forma a refletir aspectos fundamentais da experiência humana, como a busca pela excelência, a superação de obstáculos e a busca pelo triunfo.
Com narrativas poderosas em torno da trajetórias dos atletas, envolvendo rivalidades emocionantes, momentos icônicos e, também, o lado humano deles, com suas lutas pessoais e desafios, a indústria cultural se encarrega de capitalizar as conquistas esportivas.
No entanto, muitas vezes são criadas expectativas irreais e uma pressão excessiva sobre os atletas, que também precisam lidar com os interesses comerciais envolvidos no universo do esporte. Portanto, embora heróis esportivos sejam figuras inspiradoras e simbólicas, existe toda uma complexidade por trás das histórias que são construídas em torno desses mitos contemporâneos.
Ainda assim, as próprias entidades esportivas têm consciência do caráter inspirador desses ídolos. Tanto que a pouco mais de três semanas do início dos Jogos da Juventude, que serão disputados entre 1 e 16 de setembro, na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo, o Comitê Olímpico Brasileiro anunciou o nome da medalhista olímpica do taekwondo Natália Falavigna como uma das embaixadoras da competição.
Foto: Divulgação/CBTkd
Falavigna, que foi bronze em Pequim 2008 na categoria + 67kg, e o ginasta Chico Barreto, atleta olímpico e dono de quatro medalhas de ouro em Jogos Pan-americanos, estarão em Ribeirão Preto para inspirar os jovens atletas. Alguns estarão participando pela primeira vez de uma competição multiesportiva.
“Os embaixadores são muito importantes principalmente para criar essa relação de proximidade dos jovens com os ídolos, para dar a possibilidade deles vislumbrarem se tornar referência também, para que possam ter alguém para olhar como um espelho. Os embaixadores têm esse papel de fomentar, de dar palavras de incentivo para esses atletas jovens que estão no começo da caminhada esportiva”, analisou Falavigna, que é também embaixadora “Acredite no Esporte” do Comitê Olímpico Internacional.
Além de interagir com os jovens, os embaixadores também entregam medalhas, participam da cerimônia de abertura e de ações educativas. Mas a principal missão deles, sem dúvida, é alimentar o espetáculo; encher os olhos do público, dos atletas e perpetuar a imagem de heroísmo que envolve as competições esportivas.
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