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Família, fé e fortaleza

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Bastidores revelam diferenciais do Botafogo na conquista da Libertadores


Por Mariana Canedo


Vieram a público nesta terça-feira registros dos dias que antecederam a final da Libertadores da América no Botafogo e que indicam a potência de fatores extracampo para que o Alvinegro obtivesse a conquista do seu primeiro título internacional. Na quinta-feira (28), dois dias antes do confronto com o Atlético Mineiro, jogadores e comissão técnica do time desfrutaram de momentos especiais junto a seus familiares no hotel onde estavam hospedados, em Buenos Aires.  

“Muito bom, pois é a primeira vez que passo por um momento como esse. Poder receber a família aqui é bem diferente. Distrai e tira um pouco a tensão do jogo. Recarrega as energias”, disse o atacante Júnior Santos, a Botafogo TV. 

No final do encontro, familiares, jogadores e comissão técnica assistiram juntos a um vídeo com momentos importantes do time na temporada. Em seguida, fizeram um grande círculo e Marlon Freitas, capitão do time, chamou o grito entoado por todos ali presentes: “um por todos e todos por um. Fogo”. 

E foram justamente Júnior Santos e Marlon Freitas, duramente criticados pela torcida ao término da campanha de 2023, que protagonizaram os momentos mais marcantes do pré-jogo. Apontando para imagens da campanha do Botafogo no torneio, fixadas na parede do vestiário, o capitão discursou para os companheiros: “O Botafogo nunca desistiu. Isso vem de antes do Marlon, antes do Marçal, antes do Eduardo, do Tiquinho, do Tchê Tchê. Deus preparou esse momento para mim e quando eu pisei no campo ontem, eu disse, aqui é a terra prometida. É desse cara aqui (apontando para Joel Carli, ex-zagueiro do clube, que disputou a Libertadores em 2017 e atualmente faz parte da comissão técnica). Outros jogadores já estiveram aqui e os que chegaram tinham que fazer parte disso. Eu só queria dar um abraço no meu pai e hoje eu vou correr por ele”. 

“Independente do que o adversário vai fazer, vamos olhar para a gente. A gente não cansa, a gente corre. Guerreiro não tem medo, não recua. Rapaziada, chegou a hora. A gente já jogou nos campinhos de terra. A gente sonhava em jogar uma final. O que nos dá esperança é saber que nós viemos da favela e que a nossa família está aí nos apoiando. Vamos entrar em campo como guerreiros”, disse Júnior Santos, autor do gol do título internacional inédito do Glorioso, aos 51 minutos do segundo tempo. 

Marlon Freitas perdeu o pai em 2017, quando jogava pelo Fluminense. Na ocasião, o jogador estava em Chapecó e não conseguiu voltar a tempo para o enterro. Após o apito final, o jogador voltou sozinho para o vestiário, onde chorou e agradeceu. “Obrigada, pai. Já estava preparado, Jesus. Tudo que passamos foi para chegar nesse momento. Pai, eu consegui. Obrigado por todos os ensinamentos”. 


Foto: Vitor Silva/Botafogo


O presidente da SAF Botafogo, John Textor, comentou a vitória, em que o time, acostumado ao jogo aberto no campo do adversário, teve que recuar e jogar no contra-ataque depois da expulsão do meio-campista Gregore com menos de dois minutos de bola rolando.

“É uma novidade, gostamos de jogar com um a menos por noventa minutos. Somos bons nisso (risos). Foi emocionante e tão difícil perder um jogador no início do jogo, mas esse time sabe lutar, eles têm fé, acreditam e são fortes mentalmente. Tudo aquilo que disseram não tínhamos no ano passado. Estou muito orgulhoso do time, do técnico e da comissão técnica. Reconstruímos o clube com toda essa torcida nos apoiando. Estou muito feliz por todos. Obrigado”, disse o “papai”, como é carinhosamente chamado pelos jogadores e pela torcida. 

Foi o maior público de uma final única da história da Libertadores. Segundo a Conmebol, 69.803 pessoas compraram ingresso para assistir à decisão no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. Desse total, 37.584 eram botafoguenses. Dos torcedores que assistiram no Rio à decisão, 40.000 pagaram para participar da Fan Fest no Estádio Nilton Santos, casa do Botafogo. 

Uma festa que se prolongou por vários dias até que nesta quarta (4) o time teve que voltar a campo para 37 rodada do brasileirão. E, mesmo cansados da maratona de jogos e comemorações, os jogadores garantiram mais uma vitória logo no início da partida contra o Internacional no Beira-Rio com a assinatura Savarino. Mas, como o Palmeiras venceu o Cruzeiro por 2 a 1, os botafoguenses ainda precisarão de uma vitória ou empate sobre o São Paulo, no domingo, para conquistar mais um título e, aí sim, "correr para o abraço”.


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