A pouco mais de seis meses dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, de 26 de julho a 11 de agosto, o feminino segue sendo a maior expectativa de pódios para o Brasil. De acordo com o site Olympics.com, especializado nos Jogos e em outros festivais poliesportivos, há 11 provas e competições que a torcida brasileira não pode deixar de assistir nas próximas Olimpíadas. Deste total, sete serão disputadas por mulheres. O Brasil quer superar em Paris o recorde de 21 medalhas obtidas em Tóquio, o que só será possível se o feminino brilhar na capital francesa.
Ainda segundo os jornalistas do Olympics.com, duas destas provas serão disputadas na ginástica, esporte em que a bandeira verde e amarela poderá ser exibida em pelo menos duas oportunidades. Rebeca Andrade deverá disputar com a norte-americana Simone Biles a grande final do individual geral da ginástica artística, prevista para 1 de agosto. Ambas já duelaram no último Campeonato Mundial, ano passado, na Bélgica, onde a americana obteve o ouro e a brasileira, a prata. O favoritismo é da atleta dos EUA, hoje considerada a maior ginasta da história, mas ninguém duvida que Rebeca possa derrotar Biles e subir ao topo do pódio.
No mesmo esporte, no dia 3 de agosto, novamente Rebeca será a maior aposta brasileira, desta vez na prova do salto, na qual ela é a atual campeã olímpica e mundial. Na prova, espera-se que a americana vá partir para o tudo ou nada, executando o salto Biles II, considerado o elemento mais difícil entre as mulheres. Entretanto, para elevar sua pontuação, Biles terá de fazer uma execução perfeita. Do contrário, eventuais falhas poderão acabar aumentando as chances da atleta brasileira. Vai ser mesmo de tirar o fôlego.
Ainda no “feminiverso” brasileiro, saindo do ginásio e indo para a pista de cimento do skate, a fadinha Rayssa Leal, prata em Tóquio-2020 e bicampeã mundial e campeã pan-americana na modalidade street, entrará em ação no dia 28 de julho, para lutar pelo ouro em sua modalidade. Há pouco mais de dois anos, ela já havia se tornado a mais jovem medalhista olímpica brasileira da história, com 13 anos e 203 dias, com o segundo lugar nos Jogos de Tóquio-2020, disputados em 2021 devido à pandemia da Covid-19. Nascida em 4 de janeiro de 2008, no Maranhão, a skatista terá 16 anos no megaevento parisiense. Ela é uma aposta de presença no pódio das Olimpíadas, provavelmente depois de disputar com a australiana Chloe Covell e com as japonesas Momiji Nishiya, atual campeã olímpica, e Funa Nakayama, bronze nos Jogos de Tóquio-2020.
Bicampeãs olímpicas, além de detentoras de várias conquistas na classe 49erFX do iatismo, Martine Grael e Kahena Kunze buscarão, um tricampeonato olímpico, algo inédito na história esportiva brasileira. O esporte brasileiro tem 15 atletas bicampeões olímpicos, mas nenhum tri. O único a ter dirigido o país em três campanhas olímpicas de ouro foi o técnico José Roberto Guimarães, técnico da seleção masculina campeã em Barcelona-1992 e das seleções femininas, bicampeãs em Pequim-2008 e Londres-2012. Vale observar, porém, que pelas regras dos Jogos, os treinadores não recebem medalhas. Então, Zé Roberto não é oficialmente tricampeão. Os bi olímpicos verde e amarelos são: Adhemar Ferreira da Silva (atletismo); Torben Grael, Marcelo Ferreira, Robert Scheidt, Martine Grael e Kahena Kunze (iatismo); Maurício Lima, Giovane Gávio e Sérgio “Escadinha” Dutra (vôlei masculino); Fabi Oliveira, Jaqueline Carvalho, Fabiana Claudino, Paula Pequeno, Thaísa Menezes e Sheilla Castro (vôlei feminino).
Prata olímpica no peso leve em Tóquio-2020 e bicampeã mundial desta categoria em 2019 e 2023, além de ouro no Pan-2023, na mesma faixa de peso, a brasileira Beatriz Ferreira segue entre as favoritas na faixa dos 60 kg. A decisão de sua categoria será dia 6 de agosto, quando ela irá buscar um ouro inédito para as mulheres brasileiras neste esporte.
Nas areias, após a frustração de não ter obtido sequer um pódio nas Olimpíadas de Tóquio, o vôlei de praia verde e amarelo deposita suas esperanças na dupla formada por Ana Patrícia e Duda, campeã mundial em Roma-2022, vice no Mundial do México-2023, bronze no Circuito Mundial em Doha-2023 e ouro no Pan do Chile-2023. O desempenho recente coloca a dupla entre as melhores parcerias da modalidade no mundo. Há 28 anos, desde Jackie e Sandra Pires, em Atlanta-1996, uma dupla feminina brasileira de vôlei de praia não sobe ao topo do pódio. As finais serão nos dias 9 e 10 de agosto.
Foto: Instagram @patisramos
A expectativa é de que o Brasil também volte ao topo do pódio no vôlei de quadra, com os times feminino e masculino. E quem sabe quebre o tabu de nunca ter conseguido levar o ouro nos dois naipes em uma mesma edição olímpica. Entre as mulheres, a equipe do técnico Zé Roberto se mantém entre as melhores do planeta e tem boas chances de disputar o ouro em 11 de agosto, último dia de disputa dos Jogos. Com a volta de Bernardinho ao comando da equipe nacional, o time masculino também está entre os favoritos ao pódio. O Brasil foi campeão olímpico em Barcelona-1992, Atenas-2004 e Rio-2016. Em Tóquio, não subiu ao pódio.
Ainda fora do universo feminino, Marcus Vinicius D’Almeida, líder do ranking mundial no tiro com arco, busca uma inédita medalha olímpica para o país. As provas serão disputadas em Paris no dia 4 de agosto.
Fora do território continental francês, nas ondas de Teahupoo, no Taiti, a delegação verde e amarela poderá chegar ao bi olímpico do surfe, esporte estreante exatamente em Tóquio-2020, quando Ítalo Ferreira se tornou o primeiro ouro olímpico da história. Desta vez, já estão garantidos nos Jogos: Filipe Toledo, bicampeão da World Surf League, a WSL, e João Chianca. Os torneios acontecem entre 27 e 30 de julho.
Já no atletismo, na final masculina dos 400m com barreiras, prevista para 9 de agosto, o Brasil poderá contar com Alison dos Santos, o Piu, bronze olímpico em Tóquio-2020 e ouro no Mundial, em Eugene (EUA), em 2022. Recuperado de lesão, é um dos favoritos ao pódio, provavelmente disputando medalha com o norueguês Karsten Warholm, o americano Rai Benjamin e Kyron McMaster, das Ilhas Virgens Britânicas.
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