Por Ricardo Moura
Há muito tempo que os governos de todo o mundo oferecem “incentivos” aos seus atletas para conquistarem medalhas. Singapura, por exemplo, paga aos medalhistas de ouro quase 20 vezes mais do que os Estados Unidos. Enquanto Singapura pagou US$737 mil (R$4 milhões) para cada medalhista de ouro individual nos últimos Jogos Olímpicos de verão em Tóquio, os atletas olímpicos dos EUA receberam apenas US$37,5 mil (R$195 mil) por conquistar uma medalha de ouro.
Foto: Jonne Roriz/COB
A World Athletics, órgão internacional que governa o atletismo, surpreendeu ao anunciar uma recompensa de US$50 mil (R$260 mil) para os atletas que conquistarem a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2024 em Paris. O órgão que gere o atletismo também pretende premiar os medalhistas de prata e bronze a partir dos Jogos de Los Angeles, em quatro anos. Uma (r)evolução já que esse prêmio em dinheiro não vem do órgão que dirige os jogos – o Comitê Olímpico Internacional –, mas da Federação Internacional de Atletismo.
O presidente da World Athletics, Sebastian Coe, esclareceu ao informar com antecedência o Comitê Olímpico Internacional sobre a decisão, a organização enfatizou a autonomia de cada órgão governante esportivo para decidir como gastar os recursos olímpicos recebidos. Como uma organização sem fins lucrativos, o COI redistribui 90% da receita dos Jogos Olímpicos para órgãos governamentais esportivos, como a World Athletics.
Justo. Para chegar lá, há muita luta, esforço e investimento financeiro. Os principais atores do espetáculo merecem ser compensados. Embora a conquista seja do atleta, cada vez mais ela é dividida com outros personagens, entre eles, o técnico.
Preocupadas com o espetáculo, as entidades já pensam em estratégias para promover mais recordes e conquistas e, assim, oferecer com justiça medalhas e compensações financeiras, aos que juntos, constroem os resultados esportivos.
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