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Inédita medalha de prata põe ginástica artística brasileira em outro patamar

Integrantes do que deve ser a melhor geração feminina da ginástica brasileira - levando em conta os resultados de um grupo, as atletas Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira fizeram história no Palácio de Esportes de Antuérpia, ao conquistar nesta quarta-feira a inédita medalha de prata no Mundial de Ginástica Artística, que está sendo disputado na Bélgica. O título mundial ficou com os Estados Unidos. A França, país-sede dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, completou o pódio na terceira posição. A pouco menos de um ano das Olimpíadas, o feito não só serve como uma forte inspiração para as atletas, como confirma o status de referência da ginástica artística brasileira. Ao fim das quatro rotações - passagens pelos quatro aparelhos, solo, salto, barras assimétricas e trave - a equipe feminina brasileira somou a pontuação total de 165.30, atrás apenas dos Estados Unidos, com 167.729, e à frente da França, com 164.064.




Foto: Ricardo Bufolin/ CBG


Não é exagero afirmar que o Brasil foi superado em Antuérpia por um fenômeno histórico da ginástica: a americana Simone Biles. A ginasta, que ficou afastada das competições por dois anos para cuidar de sua saúde mental, fez a diferença com impressionantes 15.166 em sua exibição no solo. Biles é apontada por alguns como a GOAT (Greatest of All Times, a melhor de todos os tempos), destaque só concedido a um seleto grupo de astros que pertencem ao Olimpo do esporte. Biles, natural de Spring, no Texas, Sul dos EUA, coleciona medalhas. São sete olímpicas (quatro ouros, uma prata e dois bronzes) e 26 em Mundiais. Com o título desta quarta aumentou o número de medalhas de ouro para 20 e ainda tem mais três pratas e três bronzes em mundiais.

A medalha por equipes é muito significativa por elevar o Brasil ao patamar de “time grande” na versão feminina do esporte. Trata-se de algo ainda mais representativo do que as conquistas obtidas através de talentos individuais como Daniele Hypólito, vice-campeã mundial no solo, em 2001, Daiane dos Santos, campeã mundial do mesmo aparelho, em 2003, e, mais recentemente, com Rebeca Andrade, campeã mundial de salto e vice nas barras assimétricas, em 2021, e campeã mundial no individual geral e bronze no solo em 2022. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, Rebeca foi também campeã olímpica no salto e vice no individual geral. Levando-se em consideração o desempenho em Mundiais nos dois naipes, o Brasil já subiu ao pódio em 20 oportunidades, desde 2001. Foram sete ouros, sete pratas (com a desta quarta) e seis bronzes.

Este Mundial já vinha sendo muito positivo para o Brasil. Na última segunda-feira, o país obteve a vaga por equipes nas Olimpíadas de Paris-2024, onde terá cinco competidoras. Nos Jogos de Tóquio, como não havia conquistado a vaga por equipes, foi representado apenas por Rebeca e Flávia.

Nesta quinta, a partir de 14h30 (horário de Brasília), Diogo Soares disputa a final do individual geral do masculino. Na sexta, no mesmo horário, Rebeca e Flávia estarão representando o Brasil na final individual geral. No sábado, Rebeca fará a final do salto, aparelho em que é a atual campeã olímpica. No domingo, a ginasta volta a competir nas finais do solo e da trave. No mesmo dia, Flávia também estará na final do solo. E, no domingo, será a vez de Arthur Nory lutar na barra fixa por mais um pódio para o Brasil na Antuérpia.


*Resultado final do Mundial por equipes, no feminino:

Estados Unidos (167.729)

Brasil (165.530)

França (164.064)

China (163.162)

Itália (162.997)

Grã-Bretanha (161.864)

Holanda (159.563)

Japão (157.496)


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