Por Maura Ponce de Leon*
Brisbane, Austrália
Tive a honra de presenciar, com outras 49 mil pessoas, no Brisbane Stadium, um jogo histórico não só para as Matildas, apelido carinhoso da seleção australiana de futebol, mas para a história do futebol feminino mundial. Vinte e seis milhões de australianos acordaram orgulhosos, graças à vitória por 7 a 6 sobre a França nos pênaltis, nas quartas de final da Copa do Mundo Feminina da Fifa, que garantiu a classificação inédita das anfitriãs para as semifinais.
Conforme anunciado, foi a mais longa série de cobranças de pênaltis da história da Copa feminina, o que me deixou ainda sem voz. Com a vitória, as Matildas enfrentam a colonizadora Inglaterra, na quarta-feira, às 7h do Brasil, no Estádio Olímpico de Sydney. Ainda sobre o recorde de cobrança de penais, foram 20 batidos e 13 convertidos, sendo 7 pela Austrália e 6 pela França. Anteriormente, também nesta Copa de 2023, a Suécia venceu os Estados Unidos por 5 a 4, nas oitavas, depois de 14 cobranças.
A grande partida das quartas de final foi disputada no Brisbane Stadium, que aqui bem perto, a uns 15 minutos da minha casa. O estádio estava cheio de crianças, e havia poucos franceses no meio de uma enxurrada de verde e amarela – cores que as seleções australianas usam por causa da acácia, flor amarela que é símbolo do país. Foi uma grande festa australiana. Nas outras sete participações na competição, a Austrália tinha caído três vezes nas quartas (2007,2011 e 2015).
Foto: Justin Setterfield/ Getty
Também fora de campo, as Matildas são um sucesso. A seleção australiana já gerou 7,6 bilhões de dólares australianos em produtos licenciados e em turismo devido à popularidade da equipe. Ao longo de todo o Mundial até agora, 1,7 milhões de ingressos já foram vendidos. O duelo entre australianas e francesas, especificamente, foi o evento de maior audiência na história da TV australiana, na última década.
Agora, contando mais do que nunca com o apoio da torcida, a seleção australiana espera conseguir um outro feito inédito, o título da Copa.
*A jornalista carioca Maura Ponce de Leon mora em Brisbane há 13 anos com o marido e filho
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