A medalha de prata da seleção brasileira feminina de futebol, conquistada nos Jogos Olímpicos de Paris, após a derrota por 1 a 0 na final para os Estados Unidos, foi considerada um resultado positivo pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Na última segunda-feira (12), a entidade homenageou não apenas a atual geração de prata como também atletas pioneiras que ganharam as pratas olímpicas em Atenas-2004 e Pequim-2008.
Para animar a festa, a convidada foi a cantora Ludmilla, que pôs todo mundo para dançar, num clube da Barra da Tijuca, no Rio. Em entrevista ao site da confederação, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, exaltou a conquista da medalha de prata olímpica e estabeleceu as novas metas da entidade para o futebol feminino até 2027, quando o país vai sediar pela primeira vez a Copa do Fundo da Fifa para mulheres. A eleição da sede se deu num congresso da Fifa, em maio.
"A Olimpíada passou, comemoramos nossa medalha de prata. Foi muito importante disputar a final olímpica. Agora nós queremos focar na Copa do Mundo de 2027. Todo o nosso trabalho será intensificado para realizar a melhor edição de um Mundial", afirmou Rodrigues.
O Brasil quer ganhar o Mundial em casa, e para isso, o presidente da CBF definiu que a seleção feminina terá uma preparação especial para o megaevento. Segundo Rodrigues, a equipe fará amistosos em todas as datas reservadas pela Fifa, duelando com as melhores equipes do mundo:
"Queremos sempre jogar contra as potências. Acredito que só crescemos quando nos preparamos com os melhores”.
Rodrigues adiantou que durante encontro com representantes da Fifa serão tratados todos os detalhes da organização da Copa. A ideia central da confederação é promover a melhor Copa feminina da história, com base no conceito de cidadania, num amplo combate a todo tipo de preconceito:
"Vamos fazer juntamente com a Fifa a Copa do Mundo da Cidadania. Queremos mandar essa mensagem clara ao mundo. Intensificar no Mundial o combate à discriminação, ao racismo, ao assédio. Vamos ser veementes no respeito às mulheres".
Internamente, a organização do Mundial visa à massificação do futebol feminino no país, além do desenvolvimento de todo o setor, no que diz respeito a atletas, treinadoras, médicas e árbitras, por exemplo.
"A nossa missão também é fortalecer o futebol feminino. Estamos investindo cada vez mais nas competições nacionais e regionais para descobrir novos talentos em todas as áreas", explicou o dirigente da CBF.
Na confraternização da última segunda-feira, além das medalhistas de prata de 2024 foram homenageadas 11 ex-jogadoras que representaram o país nas primeiras competições da modalidade: Ritinha, Fia, Cebola, Marisa, Russa, Ana Banana, Fanta, Sandra, Pelezinha, Lêda Maria e Danda.
Capitã da primeira seleção feminina brasileira em uma Copa do Mundo, em 1988, além de ter ido às Olimpíadas de Atlanta-1996 e às Copas de 1991 e 1999, a ex-zagueira Marisa destacou o reconhecimento que o futebol fgeminino tem aqui no país.
“Não tivemos um reconhecimento. Creio que as pessoas que estão aqui na CBF vão dar esse respaldo. Nós passamos e deixamos um legado. As meninas de hoje vão deixar um legado com a prata. Hoje, a representatividade do Brasil disputando uma medalha não tem preço. Para mim, é como se eu estivesse entrando em campo pela primeira vez”, declarou Marisa.
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