Maior estrela do futebol feminino mundial, eleita por seis vezes como a melhor do mundo, a camisa 10 Marta está em sua sexta Olimpíada. Aos 38 anos, ela sabe que, em caso de eliminação das brasileiras, o jogo com a Espanha nesta quarta-feira, às 12h de Brasília, em Bordeaux, será seu último confronto num torneio olímpico da modalidade. Será a terceira e última partida de ambas as equipes na Chave C do torneio olímpico feminino de futebol.
Foto: Miriam Jeske/COB
A situação do Brasil piorou devido à derrota por 2 a 1, de virada, para o Japão, no último domingo. Embora ainda esteja na fase de grupos, o jogo com a Espanha é decisivo para o Brasil, que precisa ganhar para se classificar para as quartas de final, sem depender de outros resultados.
Se empatar, poderá se classificar, dependendo dos resultados das japonesas, que vão enfrentar a Nigéria nesta quarta, no mesmo horário, no Estádio La Beaujoire, em Nantes. Pelo regulamento, se classificam as duas melhores em cada um dos três grupos e mais as duas melhores terceiras colocadas nesta fase de grupos. Campeãs mundiais, as espanholas já estão classificadas para a próxima fase, com 6 pontos. Em segundo, estão Brasil e Japão, com 3 cada, e em último, a Nigeria, com zero ponto, mas que ainda tem possibilidades de avançar.
Marta, que havia saído de campo a seis minutos do fim aplaudida de pé, quando a seleção ainda vencia por 1 a 0, antes de sofrer a virada japonesa nos acréscimos, pediu às companheiras que superem o insucesso diante da equipe asiática.
"Tudo o que importava para o Japão era vencer o jogo. Tiramos os olhos da bola e isso obviamente acabou nos custando caro", afirmou.
O confronto com o Japão representou a ducentésima partida de Marta com a camisa da seleção nacional.
"Poderíamos estar aqui comemorando uma vitória, mas, em vez disso, temos de manter o foco. Mas ainda não acabou. Temos de dar tudo de nós como um grupo, isso é futebol. Tudo pode acontecer. Nada está decidido", alertou a Rainha, medalhista de prata nas Olimpíadas de Atenas-2004 e Pequim-2008.
Para o treinador brasileiro, Artur Elias, o momento depois da atuação de domingo era de reflexão.
"Preciso dizer a verdade às jogadoras, doa a quem doer. Elas obviamente precisam refletir. Mas eu realmente reconheço o esforço de cada uma delas", ressaltou. “Se elas não tivessem se chateado por ter levado a virada e por ter perdido um jogo que era viável de ganhar, aí sim eu ficaria decepcionado com as atletas. Acho que tem que doer mesmo, mas também entender o cenário. Eu olho no olho delas e falo a verdade, cobro e elas sabem exatamente o que vai precisar melhorar daqui pra frente.”
Elias rechaçou qualquer complexo de inferioridade da seleção.
"Vamos jogar para vencer a Espanha, acho que temos potencial para vencer qualquer equipe", enfatizou, antes de concluir:
"Acredito que o Brasil e nossas jogadoras não são piores que ninguém e a gente vai competir contra qualquer equipe, inclusive no próximo jogo. Mas entender os momentos da partida é muito importante para chegarmos no nosso objetivo, que é ser uma seleção vencedora”.
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