top of page
bruxellasproducoes

Paris-2024: Feminiverso do Brasil no Pódio

Por Cláudio Nogueira


     De 26 de julho a 11 de agosto, a Terra vai girar num ritmo diferente. Afinal, estará acontecendo em Paris o maior evento que a Humanidade é capaz de organizar: os Jogos Olímpicos. Muito mais do que um megaevento esportivo, trata-se de uma celebração do que é ser humano, independentemente de raças, etnias, classes ou crenças. Serão não apenas 10.500 atletas – e pela primeira vez, 50% de cada sexo – mas milhares de treinadores, pessoal de apoio, dirigentes, voluntários, jornalistas, torcedores e cerca de 8,2 bilhões de pessoas ao redor do mundo, acompanhando o evento pelos meios de comunicação. 


     No caso do Brasil, o objetivo dos 277 atletas - sendo 153 mulheres e 124 homens - é o de superar as 21 medalhas conquistadas em Tóquio-2020 (evento adiado para 2021 devido à pandemia do coronavírus). Na capital japonesa, o Brasil obteve sete ouros, seis pratas e oito bronzes. Nos Jogos Rio-2016, haviam sido 19 medalhas, sendo sete ouros, seis pratas e seis bronzes. 


       Para 2024, se fosse possível apostar novamente em sete medalhas de ouro, tais apostas poderiam ser feitas exclusivamente no Feminiverso. Seriam sete provas femininas para o ouro: 


Uma das apostas de medalhas de ouro verde e amarela seria a ginasta Rebeca Andrade - Campeã olímpica de Tóquio-2020 no salto, bicampeã mundial no salto, em  2021 e 2023 e campeã mundial individual geral de 2022. A ginasta brasileira é uma das favoritas a uma medalha de ouro em Paris, apesar de ter uma fortíssima adversária, a americana Simone Biles, colecionadora de 37 medalhas em Olimpíadas e Mundiais. Individualmente, é a melhor atleta feminina do país na atualidade.                                               


Rayssa Leal, a Fadinha do skate - Medalhista olímpica de prata em Tóquio-2020, quando se tornou a mais jovem medalhista olímpica brasileira de todos os tempos, com 13 anos e 203 dias. Atualmente,  tem dois ouros no X Games, em 2022 e 2023, dois ouros nos Mundiais desses mesmos anos no SLS, um ouro, uma prata e um bronze nos Mundiais da WS, de 2021 a 2023, entre outras conquistas, como o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023. Suas maiores rivais têm sido skatistas japonesas, como Coco Yoshizawa, líder do ranking mundial, Funa Nakayama, bronze em Tóquio-2020, e Liz Akama, além da australiana Chloe Covell.                                       


Beatriz Ferreira, boxe - Prata nos Jogos Olímpicos de 2020, está invicta há dois anos, tendo sido campeã mundial tanto no boxe olímpico, em 2023, quanto no profissional, em abril. Além disso, é também campeã da Copa do Mundo e do Grand Prix de Brasília. Teoricamente, sua principal adversária é a irlandesa Kellie Harrington, para a qual Bia perdeu o ouro olímpico em Tóquio.  


Ana Marcela Cunha, natação em águas abertas – Medalhista de ouro nos 10km em Tóquio-2020, a atleta brasileira conquistou, em maio, a medalha de ouro na etapa da Itália da Copa do Mundo, em uma competição que contou com as principais atletas do circuito.  Em fevereiro, ela havia sido a quarta colocada no Campeonato Mundial, garantindo a vaga olímpica. Ana Marcela  teve um ano de 2023 muito difícil, já que no primeiro semestre precisou se recuperar de cirurgia no ombro, feita no fim de 2022.                                         


 Ana Patrícia e Duda terminaram 2023 com líderes do ranking mundial, com cinco títulos das etapas do Circuito Mundial de Vôlei de Praia e a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos. Foram vice-campeãs mundiais e bronze no Finals, competição que fechou a temporada. Em Paris-2024, é uma das duplas favoritas, embora neste ano os resultados não estejam sendo tão constantes. Elas deverão ter pela frente as parcerias  americanas,  australianas, alemães, canadenses e holandesas.                                               


Na classe 49er FX feminina do iatismo, as brasileiras Martine Grael e Kahena Kunze são as bicampeãs olímpicas no Rio-2016 e Tóquio-2020. Entretanto, não foram ao pódio nos três últimos Campeonatos Mundiais. A dupla foi sétima em 2022, 12ª em 2023 e quarta colocada neste ano. Favoritas ao pódio, podem se tornar as primeiras tricampeãs olímpicas do Brasil, contra as rivais da Holanda e da Suécia. As competições de vela serão em Marseille, a mais de 700 km da capital francesa.                                                                    


Vôlei feminino - Bicampeã olímpica, em Pequim-2008 e Londres-2012, a equipe do técnico José Roberto Guimarães chega a Paris em plenas condições de buscar seu terceiro título. Recentemente, na Liga das Nações de Vôlei - que substituiu o antigo Grand Prix – estabeleceu o recorde de 12 vitórias em 12 partidas na fase de classificação. Nas semifinais, porém, foi superada pelo Japão, e na decisão do terceiro lugar, pela Polônia. A campeã do torneio foi a Itália. Além dessas três equipes, as brasileiras poderão ter pela frente outras fortes adversárias, como Turquia e China.  


      



      Estas não são as únicas apostas femininas do Brasil em Paris. Levando em conta a experiência prévia em Olimpíadas e Mundiais, além dos resultados recentes, o Feminiverso brasileiro também pode subir ao pódio com outras atletas. São os casos, por exemplo, de Rafaela Silva, Mayra Aguiar e Beatriz Sousa, do judô.  Rafaela foi campeã olímpica na Rio-2016 e bicampeã mundial em 2013 e 2022. Mayra Aguiar, por sua vez, tem três medalhas olímpicas de bronze nos Jogos de Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020. Com isso, forma com Fofão, do vôlei, a dupla de mulheres com mais medalhas olímpicas na história do país. Já aposentada do esporte, Fofão foi campeã olímpica em Pequim-2008,  medalhista de bronze em Atlanta-1996 e Sydney-2000. A outra esperança é no judô com Beatriz Souza, que vem tendo um bom desempenho no atual ciclo olímpico, com uma prata no Mundial de 2022 e um bronze no de 2023. Após ter superado algumas lesões, deverá chegar a Paris em boa forma física. 


     Em boa fase, a seleção brasileira de ginástica rítmica vem em uma crescente, colecionando medalhas nas etapas de Copa do Mundo de Portugal, uma de ouro e duas de prata; Itália, com duas pratas; e Romênia, com uma prata e um bronze. No Mundial de 2023, na Espanha, havia assegurado a vaga olímpica por equipe com o sexto lugar. A modalidade seria a grande surpresa brasileira nos pódios parisienses. Ainda na ginástica artística, além de Rebeca Andrade, Flávia Saraiva atravessa sua melhor fase. Por equipes, o país pode lutar por um pódio. No solo, Flávia chega como medalhista de bronze do Mundial de 2023 e vem obtendo bons resultados na trave este ano.   


     Do ginásio para as ondas de Teahupoo, na Polinésia Francesa, a surfista Tatiana Weston Webb, vice-campeã do ISA Games, em Porto Rico, está em sétimo lugar no ranking mundial. Entretanto, pode levar a bandeira brasileira ao pódio. Na canoagem slalom, Ana Sátila disputará três provas em Paris, com  chances reais de medalha. Depois de ter obtido uma prata e um bronze em três etapas da Copa do Mundo em 2024, está em segundo no ranking mundial do C1 (canoa individual) e terceiro no K1 (caiaque individual), mas ainda precisa evoluir no cross.                            


     Oitava do ranking mundial nas provas de espada, a esgrimista Nathalie Moellhausen é brasileira por escolha. Nascida na Itália, filha de mãe brasileira e residente em Paris, compete com a bandeira brasileira desde os Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015. Em Budapeste-2019, conquistou para o Brasil a inédita medalha de ouro no Campeonato Mundial. Este ano, foi bronze nas etapas do Circuito Mundial da Hungria e Colômbia.


         No taekwondo, as brasileiras com chances são Caroline Santos e Maria Clara.  Mais conhecida como Juma, Caroline está classificada para as Olimpíadas na categoria até 67kg, graças ao sexto lugar no ranking mundial. Medalhista de prata no Mundial de 2023, conquistou este ano o ouro no World University Taekwondo Festival, na Coreia do Sul.  Maria Clara, por sua vez, foi o grande destaque do taekwondo brasileiro em 2023 e conseguiu a vaga para os Jogos de Paris durante o Pré-Olímpico das Américas. Ano passado foi sua estreia na equipe adulta. Este ano, obteve três medalhas, a de ouro no Aberto do Canadá, a de bronze no US Open e outro ouro, no World University Taekwondo Festival, na Coreia do Sul. 


     Ainda na delegação feminina, Bárbara e Carol são a outra dupla do Brasil no vôlei de praia, atualmente classificadas entre as cinco primeiras parcerias do ranking mundial.  Em 2024 conquistaram o ouro na etapa de Doha e o bronze na etapa do México.

71 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page