Por Claudio Nogueira
O Brasil é top 5 do Mundo Paralímpico. Pela primeira vez, a delegação brasileira terminou no quinto lugar do quadro de medalhas das Paralimpíadas. Na edição de Paris, encerrada neste domingo, dia 8 de setembro, quebrou seu recorde de medalhas, 89 no total. Também alcançou o maior número de ouros, 25, além de 26 pratas e 38 bronzes. Para chegar a esta inédita colocação, os brasileiros travaram emocionante duelo, ouro a ouro, com os italianos.
A disputa só terminou mesmo neste domingo, quando os títulos no halterofilismo e na canoagem deram ao país a almejada quinta colocação. Já a Itália terminou em sexto, com 24 ouros, 15 pratas e 32 bronzes, num total de 71. Até Paris-2024, a melhor campanha brasileira havia sido a dos Jogos de Tóquio-2020 (disputados em 2021, devido à pandemia do coronavírus), com 22 medalhas de ouro e um total de 72 pódios, na sétima posição. Em Londres 2012, o país também havia sido o sétimo, com 21 ouros e 47 pódios ao todo.
Os carros-chefes do Brasil em Paris foram atletismo e natação, com 36 e 26 pódios, respectivamente, com medalhistas de 16 estados, além do Distrito Federal, com participação maciça das cinco regiões. Especificamente neste domingo, Tayana Medeiros, na categoria até 86 quilos, garantiu mais um primeiro lugar para o Brasil no halterofilismo ao levantar 156kg e estabelecer o novo recorde paralímpico. Finalmente, a 25ª de ouro chegou por meio da canoagem na vitória de Fernando Rufino, na canoa individual 200m VL2, formando dobradinha verde e amarela com Igor Tofalini, medalhista de prata.
A partir dos Jogos Paralímpicos de Paris, a recordista de ouros do Brasil no megaevento passou a ser a nadadora Carolina Santiago, que ganhou três títulos em Paris (além de duas pratas) e passou a ter seis ouros no total, superando a velocista do atletismo Ádria dos Santos, que tem quatro em Tóquio-2020 e agora em Paris. Ao todo, Carol tem dez medalhas paralímpicas, e Ádria, 13, entre Seul-1988 e Pequim-2008. Na cerimônia de encerramento, neste domingo, dia 8, Carol foi uma das porta-bandeiras do Brasil, juntamente com o canoísta Fernando Rufino, que conquistou a 25ª medalha de ouro brasileira na capital francesa.
A maior estrela masculina da delegação, foi o nadador Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, que obteve três medalhas de ouro nas Paralimpíadas de Paris 2024, que se somaram aos dois ouros e uma prata conquistados em Tóquio 2020. O atleta de 22 anos caiu nas graças do público brasileiro, francês e de outros países. Foi não apenas a cara do Brasil nos Jogos, mas um dos rostos mais conhecidos no megaevento, mesmo entre o público francês, que o apelidou carinhosamente de "Golfinho".
Muito do sucesso brasileiro nos Jogos de 2024 se deveu realmente à parcela feminina da delegação. Tanto assim que dos 25 primeiros lugares, 13 foram conquistados por atletas femininas. As mulheres brasileiras conquistaram 43 medalhas, sendo 13 de ouro, 12 de prata e 18 de bronze, quarta melhor no quadro de medalhas, atrás de China, Reino Unido e Estados Unidos.
Dos 255 atletas da delegação verde e amarela, 117 eram mulheres, equivalente a 45,88% do total, uma marca histórica: a da maior convocação feminina brasileira na história dos Jogos Paralímpicos tanto em quantidade quanto em termos percentuais. Nos Jogos Rio-2016, o Brasil teve 102 mulheres, o que representou 35,17% do total da delegação.
A vitoriosa campanha brasileira nos Jogos Paralímpicos foi alvo de homenagem pelo monumento do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que ficou iluminado em verde e amarelo entre as 19h30m e as 21h30m na noite deste domingo, 8 de setembro, dia do encerramento dos Jogos.
Em Paris, a melhor delegação foi a da China, com 94 ouros, 76 pratas e 50 bronzes (220 ao todo); seguida por Grã-Bretanha, com 49 ouros, 44 pratas e 31 bronzes (124); Estados Unidos, com 36 ouros, 42 pratas e 27 bronzes (105); e Holanda, em quarto, com 27 ouros, 17 pratas e 12 bronzes (56). Agora, as atenções vão se voltar para os preparativos visando aos Jogos Paralímpicos de Los Angeles-2028.
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