Brasil, seu sobrenome é história. Desafiando gigantes, como a França, que jamais havia vencido, e contra a Espanha, atual campeã mundial, a seleção brasileira feminina de futebol vai disputar a medalha de ouro do torneio olímpico de Paris-2024. Provavelmente com a melhor atuação da equipe nacional nos últimos anos, a seleção brasileira superou a da Espanha por 4 a 2, nesta terça-feira, em Marselha, na semifinal. Antes, nas quartas, havia superado a favorita França (1 a 0). Agora, depois desta sequência de resultados, fará novamente uma final olímpica depois de 16 anos.
Gabi Portilho em mais uma grande atuação com a camisa verde amarela
Foto: Alex Livesey/Getty Images
E, independentemente do resultado da partida, o Brasil já é medalhista no futebol, faltando definir se de ouro ou prata. Com este pódio, já são 14 para o Brasil, sendo 10 femininos, um misto (equipes do judô) e três masculinos. Na segunda-feira à noite, em Teahupoo, no Tahiti, no surfe, Tatiana Weston-Webb obteve a prata, e Gabriel Medina, o bronze.
A adversária das brasileiras na decisão de sábado, 12h de Brasília, no Parque dos Príncipes, em Paris, será a equipe dos Estados Unidos, rival das finais de Atenas-2004 e Pequim-2008, nas quais a seleção verde e amarela ficou com as medalhas de prata. Para avançar à final, as americanas bateram as alemãs por 1 a 0, em Lyon. Neste duelo da semifinal, os gols do Brasil foram de Irene Paredes (contra), Gabi Portilho, Adriana e Kerolin. Salma Paralluelo e Duda Sampaio, contra, descontaram para a Espanha.
Depois de ter-se classificado para as quartas de final como uma das duas melhores terceiras colocadas - com uma vitória, sobre a Nigéria, e duas derrotas, diante de Japão e da própria Espanha -, as brasileiras vêm demonstrando uma impressionante evolução em seu desempenho. Contra as campeãs mundiais, as brasileiras começaram marcando pressão na saída de bola, a ponto de forçarem um erro que levou ao 1 a 0 no gol contra da zagueira Paredes. O primeiro tempo terminou em 2 a 0 para a seleção canarinho. Na segunda etapa, além de se manter insinuante nos contra-ataques, foi eficiente na defesa e contou novamente com a frieza da goleira Lorena, para chegar aos 4 a 2. em uma partida na qual a árbitra inglesa Rebecca Welch deu 17s30 de acréscimos no segundo tempo.
"Vamos buscar a medalha de ouro. não aceito menos que isso - ressaltou Gabi Portilho, autora do gol sobre as francesas e de um gol nesta semifinal. “E caraca... Paris, meu sonho. A gente foi lá, mas não conseguiu ver muita coisa. Agora a gente vai lá, em busca da medalha (de ouro), e vai ter sarrada (a forma como ela celebra seus gols) embaixo da Torre (Eiffel). Estou muito feliz”.
A seleção vem jogando desfalcada de Marta, suspensa por dois jogos depois de ter sido expulsa no primeiro jogo contra a Espanha (derrota por 2 a 0). Por isso, não pôde enfrentar a França nem a Espanha. Indagado se vai escalar a camisa 10 desde o início na final, o técnico da seleção, Artur Elias, desconversou.
"Sinceramente, não tenho como responder isso. Vou trabalhar com a equipe. Vamos viajar de novo, recuperar as jogadoras, ver quais são os problemas e buscar as soluções", afirmou.
Quem foi bem direta em suas declarações foi a espanhola Jenni Hermoso, camisa 10 da Fúria, que desmereceu o triunfo das brasileiras.
"(Lamentável) que te metam quatro gols de uma equipe que, para mim, não joga futebol... Mas, no final, o que contam são os gols", lamentou Hermoso, à rádio espanhola Cadena Cope. "Creio que foram falhas nossas. Não jogamos nosso futebol tampouco. Gostei do nosso segundo tempo, mas era difícil com 4 a 2 para o rival".
*Todas as finais do futebol feminino olímpico:
PARIS-2024: Brasil x Estados Unidos
TÓQUIO-2020(21): Canadá 1 (3) x (2) 1 Suécia
RIO-2016: Alemanha 2 x 1 Suécia
LONDRES-2012: Estados Unidos 2 x 1 Japão
PEQUIM-2008: Estados Unidos 1 x 0 Brasil (prorrogação)
ATENAS-2004: Estados Unidos 2 x 1 Brasil (prorrogação)
SYDNEY-2000: Noruega 3 x 2 Estados Unidos (prorrogação)
ATLANTA-1996: Estados Unidos 2 x 1 China
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