Por Andréa Bruxellas
Existe um clichê que diz que esporte e política não se misturam. Mas, a bem da verdade, não é de hoje que os dois se misturam, sim, já que para além de esportistas e políticos, os que promovem as disputas são cidadãos. A final da competição de seleções de hóquei da liga 4 Nations Face-Off levou mais uma vez a rivalidade histórica e as tensões políticas entre Estados Unidos e Canadá para uma temperatura muito acima de 0°C. Tudo por causa das recentes farpas soltadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que declarou que adoraria ver o Canadá como o 51° estado americano. Alfinetada que o Primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, não demorou a devolver nas redes sociais. Com a vitória do Canadá por 3 a 2 na prorrogação, o estadista postou que os EUA não tomariam o país, nem o jogo dos canadenses.
Independentemente de qual dos dois estadistas sairá ganhando em popularidade com essa queda de braço, o fato é que a partida da última quinta-feira atraiu mais de 16 milhões de espectadores em toda América do Norte. Segundo o Sports Business Journal o jogo da NHL foi o mais assistido da ESPN de todos os tempos nos Estados Unidos com uma média de 9,3 milhões de telespectadores. O recorde anterior havia sido de 8,9 milhões na final da Stanley Cup, em 2019.
Embora tradicionalmente o Canadá domine o esporte, em termos de audiência, a rede de televisão por assinatura canadense Sportsnet apontou o jogo como o segundo mais assistido da rede. Na pista de gelo os estadunidenses também têm conseguido manter a disputa cada vez mais acirrada, inclusive venceram o primeiro jogo de virada por 3 a 1, o que não acontecia desde 2010, garantindo a vaga na final da última quinta.
Terminado o torneio e fora da linha de frente esportiva, a disputa geopolítica entre Estados Unidos e Canadá continua. O fato de ser um de seus principais parceiros comerciais, não impediu Trump de impor tarifas sobre o Canadá, que devem entrar em vigor no dia 4 de março apesar dos esforços do país para interromper a passagem de fentanil para os Estados Unidos e combater o crime organizado.
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