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Medalhistas de ouro do Brasil no Pan podem brilhar em Paris-2024


Depois de ter conquistado o número recorde de 205 medalhas nos recém-encerrados Jogos Pan-Americanos de Santiago do Chile, o Brasil apresenta boas perspectivas de conquistas nos Jogos Olímpicos de Paris, que serão realizados entre 26 de julho e 11 de agosto do ano que vem. No Pan, foram 66 ouros, 73 pratas e 66 bronzes, num total de 205, ou seja, 46 premiações a mais do que as obtidas no megaevento pan-americano de Lima, há quatro anos.

De acordo com o site Olympics.com, atletas de esportes individuais e por equipes poderão levar a bandeira verde e amarela a quaisquer dos três lugares nos pódios do megaevento parisiense. Um dos esportes em que a delegação brasileira mais brilhou em Santiago foi a ginástica olímpica. Maior estrela brasileira neste esporte, Rebeca Andrade, campeã olímpica de salto em Tóquio-2020 (realizados em 2021, devido à pandemia do Covid-2019) é apontada como uma das favoritas aos quatro aparelhos da ginástica olímpica; salto, solo, trave e assimétricas. Em Santiago, ela obteve quatro medalhas, sendo duas de ouro: salto e trave. Preferiu não disputar o solo para se poupar, após brilhante campanha no Mundial.

Também na ginástica, Flávia Saraiva colheu cinco medalhas no Pan, passando a ter dez ao todo, um recorde entre atletas femininas brasileiras em Pans. Quando se tenta vislumbrar as Olimpíadas, Flávia tem chances de pódio no solo e na trave, suas melhores especialidades.

A ginástica rítmica, esporte "irmão" da ginástica olímpica, deu 13 medalhas ao Brasil no evento em Santiago. Foram oito ouros, sendo três do conjunto formado por Victória Borges, Bárbara Galvão, Nicole Pircio, Giovanna Oliveira e Gabriella Coradine. No Mundial deste ano, elas terminaram em sexto lugar. Levando em conta o desempenho no Pan, é possível imaginar que o grupo possa evoluir até 2024, embora talvez seja demasiado difícil imaginar uma medalha.

Saindo dos ginásios para os mares, mas ainda no feminino, as velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze, bicampeãs olímpicas da classe 49er FX e bi da mesma classe no Pan, já estão classificadas para Paris-2024, onde chegarão como favoritas a um incrível tricampeonato, algo inédito na história olímpica brasileira. Vale lembrar que o país tem 15 bicampeões olímpicos, e nenhum tri. Extra-oficialmente, porém, o único tricampeão olímpico brasileiro é o técnico de vôlei José Roberto Guimarães, que dirigiu as campanhas vitoriosas das seleções masculina em Barcelona-1992 e a feminina em Pequim-2008 e Londres-2012. Zé Roberto não é oficialmente tricampeão, porque os treinadores não são agraciados com as medalhas, reservadas aos atletas.

Provavelmente uma das mais carismáticas atletas das diferentes delegações verde-amarelas, pela juventude de seus 15 anos e pela já variada coleção de títulos - como a prata olímpica em Tóquio-2020, dois ouros nos X Games em 2022 e 2023 e o ouro na primeira edição do skate em Jogos Pan-americanos em Santiago - Rayssa Leal espera finalmente em Paris subir ao topo do pódio olímpico, em Paris-2024, quando terá apenas 16 anos.

Ainda no campos dos esportes radicais, que estrearam na comunidade olímpica em Tóquio-2020, o surfe é outra modalidade na qual o Brasil poderá ter o predomínio nos Jogos de Paris. No megaevento, as baterias deste esporte deverão ser em Teahupoo, no Taiti, com 48 participantes, 24 em cada chave masculina e feminina. Entre as mulheres, a maior esperança brasileira é Tatiana Weston-Webb, campeã dos Jogos Pan-Americanos na Praia de Punta de Lobos, na cidade chilena de Pichilemu. Nascida em Porto Alegre, filha de mãe brasileira, e criada no estado americano do Havaí, Tatiana é atualmente a melhor surfista verde-amarela na World Surf League (WSL), a Liga Mundial de Surfe. Então, o sonho do ouro é uma bela possibilidade.

No boxe, a baiana Beatriz Ferreira, que já havia sido campeã nos Jogos Pan-Americanos em Lima-2019, obteve seu segundo ouro em Santiago-2023, na categoria 60kg, ao superar na final a colombiana Angie Pana. Nas Olimpíadas de Tóquio-2020, disputadas em 2021, foi medalhista de prata. Ano que vem, na capital francesa, terá a possibilidade de subir mais um degrau no pódio olímpico.

Dupla número um do ranking mundial, atual vice-campeã mundial e campeã do ano passado, Ana Patrícia e Duda foram as grandes vencedoras do vôlei de praia nos Jogos Pan-Americanos de Santiago. Em seis partidas, não perderam um set sequer. Para 2024, a expectativa é a de luta pelo título olímpico em Paris.



Foto: Jonathan Oyarzun/ Santiago 2023


Tricampeã dos Jogos Pan-Americanos na canoagem C1 e campeã de caiaque cross, a brasileira Ana Sátila foi quinta colocada no Mundial mais recente, na Inglaterra. Tais resultados deixam evidente uma temporada positiva e permitem que a canoísta brasileira pense em um pódio no megaevento parisiense.

No masculino, entre os atletas campeões em Santiago e que podem brilhar em Paris, está o mesatenista carioca Hugo Calderano. Quarto colocado no ranking mundial, Calderano foi tricampeão pan-americano no individual masculino e ajudou na conquista do ouro por equipes masculinas. Ainda este ano, obteve títulos do importante circuito WTT Contender, numa demonstração de seu potencial para alcançar em Paris o pódio que lhe escapou em Tóquio, onde foi eliminado nas quartas de final.

Aos 25 anos o nadador Guilherme Costa brilhou intensamente no Pan, ao cumprir a promessa de obter quatro medalhas de ouro, nos 400m, nos 800m, nos 4x200m e nos 1500m. Nas Olimpíadas do ano que vem, na piscina do Paris La Défense Arena, as maiores chances do atleta, mais conhecido como Cachorrão, são nos 400m.

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