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Goleira Gabi Moreschi brilha no handebol e ganha milhares de seguidores

Por  Claudio Nogueira 

 

    Quem nunca teve aulas nem tentou jogar handebol quando estava na escola, nas aulas de educação física, durante o ensino fundamental  ou o ensino médio? A paranaense Gabriela Moreschi, de 30 anos, levou aquelas aulas mais a sério e acabou se tornando atleta profissional do esporte da bola jogada com as mãos. E, mais: goleira titular da seleção brasileira de handebol nas Olimpíadas de Paris-2024. Na última quinta-feira, dia 25, na abertura do torneio da modalidade, foi o destaque da vitória verde e amarela sobre a Espanha por 29 a 18.

    No confronto desta quinta, o Brasil obteve a primeira vitória sobre a Espanha em Olimpíadas e Mundiais, e para isso, a participação de Gabi foi essencial. Conseguiu defender 15 das 31 finalizações adversárias, num aproveitamento de  45%, excelente para a modalidade. Graças à boa atuação na estreia, seu número de  seguidores no Instagram aumentou de 18 mil para 156 mil. 



Foto: Gaspar Nobrega/COB


     Neste domingo, dia 28, ela e as companheiras de time estarão novamente em quadra, a partir das 4h, horário de Brasília, contra a Hungria, em confronto válido pelo Grupo , do qual também fazem parte também França, Holanda, Angola e Espanha. As quatro primeiras da chave avançam. Na primeira rodada, as húngaras perderam para as francesas por 31 a 28. 

    "Estou muito feliz. É meu sonho virando realidade. Quando temos um sonho é mais fácil de jogar feliz, jogar leve. E deu tudo certo”, vibrou Gabi. “Quero agradecer a todos que estão assistindo, é importante a visibilidade do handebol nessa Olimpíada. Esse suporte que vem de vocês é muito importante para nós". 

    Gigante do alto de seu 1,90m, Gabi parecia crescer ainda mais, evitando que os ataques espanhois se transformassem em gols. Atualmente, a atleta defende o  CSM Bucharest, da Romênia, e é  um dos destaques da posição em âmbito internacional.  Pela seleção, conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2023, e ainda ganhou o prêmio de melhor goleira da competição. O ouro no Pan garantiu a vaga olímpica.  Nas quadras, coleciona títulos do Campeonato Norueguês e da Copa da Noruega, pelo Larvik HK (entre 2016 e 2017), dois campeonatos alemães e uma European League pelo SG BBM Bietigheim (entre 2022 e 2023). 

    Gabi  poderia ter ido aos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, disputados no ano seguinte, devido à pandemia do coronavírus. Entretanto, foi cortada dias antes da competição. Sem se revoltar, transformou a frustração em motivação para o ciclo olímpico seguinte, cujo ponto alto é o megaevento em Paris. 

    “Não é fácil esperar tanto. Acho que isso me trouxe uma força diferente. Estou muito feliz por chegar aos Jogos Olímpicos. E cheguei do jeito que queria chegar, como titular da seleção, podendo ajudar da melhor forma. Não sei como seria em outra oportunidade, mas estou muito feliz assim”, declarou, em entrevista na zona mista da arena, após a partida.  

    A goleira dividiu os méritos da boa atuação com todo o sistema defensivo: 

    “A nossa defesa trabalhou muito bem, elas me ajudaram muito. As meninas estão de parabéns, e claro que quando elas trabalham desse jeito fica muito mais fácil. Estou muito feliz que conseguimos ganhar, e ganhar bem”.   

    Gabi  foi mesmo uma daquelas crianças que jogaram handebol na escola, em sua cidade natal, Maringá. Um dia, casualmente, quando acompanhava uma atividade do time local, um treinador a convidou para treinar. Convite aceito, demonstrou talento e acabou indo jogar em Jundiaí (SP). Lá, foi convocada para a seleção de base, dando início à carreira. Gabi Moreschi, atualmente, é uma espécie de sucessora de sua ídolo na juventude: Babi Arenhart,  goleira do Brasil na campanha do título mundial de 2013. Além de Gabi e Babi, o trio de goleiras é completado por Renata Arruda. 

    Embora o Brasil tenha conquistado esse título mundial há 11 anos, ainda  busca sua primeira medalha olímpica na modalidade. Nos Jogos Olímpicos, seus melhores desempenhos foram em  Londres 2012 e Rio 2016, quando a equipe chegou às quartas de final. Além do desempenho da goleira, o Brasil mostrou força no ataque.  Bruna de Paula e Patricia Matieli marcaram seis gols, cada;  Tamires Araújo, Larissa Araújo e Giulia Guarieiro fizeram quatro, cada.  

    “Há muito tempo estávamos batendo na trave contra a Espanha. Dava aquele sentimento ruim. Então, para o grupo, foi mais do que uma vitória. Estudamos demais elas porque queríamos sair com esse feeling de que podemos conquistar muita coisa quando acreditamos — encerrou Gabi.  

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