Por Claudio Nogueira
O que torna alguém um brasileiro ou uma brasileira? O fato de ter nascido neste país? Ou um ato de escolha, pelos motivos mais variados? Uma paixão? Uma profissão? Ou o sonho de representar uma nação, numa competição planetária, como as Olimpíadas? Ninguém melhor para responder do que a esgrimista Nathalie Moellhausen, que foi ao sacrifício no último sábado, para representar o Brasil nas Olimpíadas de Paris. Apesar de sofrer com dores extremas devido a um tumor no cóccix, parte mais baixa da coluna vertebral, a brasileira – nascida na Itália há 38 anos - perdeu por 15 a 11 para a canadense Ruien Xiao, sendo eliminada da competição, no Grand Palais, em Paris.
Foto: Gaspar Nóbrega/ COB
No confronto de sábado, Nathalie - que nasceu na Itália há 38 anos, mas representa o Brasil desde 2015 - se sentiu mal em plena pista de competição, quando estava quatro pontos atrás no placar. Retirou a máscara e precisou ser atendida pelos médicos do Comitê Olímpico do Brasil (COB), dentro do prazo regulamentar de cinco minutos. De volta ao combate, parecia recuperada, tanto que encaixou três pontos seguidos. Entretanto, diante de uma jovem de apenas 16 anos, como Xiao, acabou superada. Na passagem pela zona mista, área de entrevistas próxima do local de competições, mal conseguia falar.
"Não estou em condições... Tudo que posso dizer será depois da cirurgia na semana que vem", declarou ela, que começou a sentir dores na região do sacro no início do ano durante o GP de Doha, no Catar.
Do Grand Palais, a brasileira foi diretamente para um hospital em Paris, onde deverá ser operada nesta terça-feira. Poucos dias antes dos Jogos Olímpicos, Nathalie chegou a ser hospitalizada. Durante a internação, depois de uma ressonância magnética, os médicos da atleta realizaram uma biópsia e identificaram um tumor na coluna da esgrimista, com aspectos de benignidade, na coluna da esgrimista.
Conforme informação fornecida pelo COB, os médicos recomendaram à atleta tratamento com analgésicos e a liberaram para competir, mas já tendo marcado a cirurgia para a retirada do tumor e descompressão do local. O departamento médico do COB vem acompanhando a atleta desde sua internação antes das Olimpíadas e mantém contato com o médico particular da esgrimista. Filha de mãe ítalo-brasileira e pai alemão, Nathalie é nascida em Milão na Itália e reside há quase 20 anos em Paris. Desde 2015, ela representa o Brasil em torneios internacionais. Esta é a terceira vez em que defende o Brasil em edições das Olimpíadas, após os Jogos Rio-2016 e Tóquio-2020.
Antes, quando competia pela Itália, chegou a ser campeã mundial e europeia por equipes, entre outras conquistas. Depois de ter adotado a nacionalidade brasileira, Nathalie foi campeã mundial individual em Budapeste-2019, além de ter sido ouro por equipes nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, bronze individual e por equipes nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015 e bronze individual nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. Já nos campeonatos Pan-Americanos de Esgrima, foi ouro em Santiago-2015, prata em Toronto-2019 e obteve quatro bronzes individuais e por equipes noutras edições.
Nathalie começou na esgrima ainda criança. Com apenas 8 anos, ganhou a primeira competição. Viveu o maior momento representando a bandeira verde e amarela, há cinco anos, em 2019. Na época, declarou que seu objetivo sempre foi inspirar mulheres brasileiras a praticar a modalidade.
Neste domingo (28), depois da eliminação na estreia da competição de espada, a esgrimista concedeu uma entrevista ao Fantástico, da TV Globo. Ainda bastante emocionada, dirigiu-se aos atletas do Time Brasil que continuam competindo: “Sejam herois de vocês mesmos e façam o Brasil brilhar”, pediu Nathalie, uma brasileira de verdade.
Programação olímpica desta terça-feira (30)
• 3h – Triatlo masculino: Manoel Messias e Miguel Hidalgo
• 3h30 – Badminton simples feminino: Juliana Vieira
• 5h – Judô masculino e feminino
• 5h – Tênis de mesa masculino e feminino
• 6h – Badminton simples masculino: Ygor Coelho
• 6h – Hipismo adestramento: João Victor Oliva
• 6h – Natação
• ]7h – Vôlei de praia masculino
• 7h – Tênis simples masculino e feminino: segunda Rodada
• 7h – Tiro com arco: Marcus D´almeida e Ana Luiza Caetano
• 7h – Vela • 8h – Boxe feminino • 8h30 – Tênis de mesa duplas mistas: bronze e ouro
• 10h – Canoagem slalom individual feminino: Ana Sátila
• 10h – Ciclismo BMX freestyle: Gustavo Bala Loka
• 11h – Vôlei de praia feminino
• 11h – Judô masculino e feminino: ouro
• 12h30 – Boxe feminino
• 13h15 – Ginástica artística por equipes feminina: final
• 14h – Handebol feminino: França x Brasil
• 14h – Rugby feminino: bronze
• 14h45 – Rugby feminino: ouro
• 16h – Vôlei de praia feminino
• 16h – Basquete masculino: Brasil x Alemanha
• 16h – Natação: 800m livre e revezamento 4×200 livre masculino: finais
• 21h10 – Surfe masculino: bronze
• 21h50 – Surfe feminino: bronze
• 22h30 – Surfe masculino ouro
• 23h15 – Surfe feminino: ouro
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