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Primeiro ouro em Paris-2024 enaltece o povo negro


Acabou a ansiedade! O Brasil conquistou nesta sexta-feira à tarde, no horário de Brasília, sua primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris, graças à judoca paulista Beatriz Souza, na categoria acima dos 78 quilos. Para subir ao topo do pódio e fazer ecoar o Hino Nacional Brasileiro na arena vizinha à Torre Eiffel, ela superou na final, por wazari, a israelense Raz Hershko, segunda do ranking mundial.  


Foto: Alexandre Loureiro/COB


Antes, na semifinal, a brasileira já havia feito calar a maioria dos sete mil torcedores que lotavam a arena, ao derrotar a líder do ranking mundial, a francesa Romane Dicko, que obviamente contava com todo o entusiasmo de seus fãs. Emocionada, Beatriz dedicou o pódio olímpico à família. 

"É uma sensação inexplicável! Eu consegui! Deu certo, mãe! Eu consegui! Eu consegui! Foi pela avó (falecida há dois meses). É para a avó, mãe. Eu amo vocês mais do que tudo. Eu amo vocês", emocionou-se a judoca ao falar com os pais Poscedônio e Solange por meio de chamada de vídeo em celular do repórter da Rede Globo. 

Beatriz chegou ao topo do pódio depois de enfrentar e superar as dores que fazem parte da carreira da imensa maioria dos atletas. A rotina pesada de treinos, o cansaço, a privação de vários momentos de lazer, tudo isso valeu a pena, segundo ela.  

"Desisti de tanta coisa pra chegar aqui! Mas, quando vem a medalha, ser campeã olímpica, faz tudo valer a pena. Que venham muito mais medalhas (para o Brasil nos Jogos)", enfatizou.  

Aos 26 anos, a atual campeã olímpica é a quinta do mundo em sua categoria. Criada em Peruíbe, litoral de São Paulo, foi levada para o judô por seu pai, que era praticante da modalidade.  Segundo a atleta, seus pais sempre foram os seus maiores incentivadores.  

"Quando falei para eles que iria para São Paulo, em busca deste sonho, eles foram os primeiros a acreditarem. Obrigado por terem me colocado no mundo e nunca terem soltado minhas mãos", agradeceu. 

Em entrevista à CazéTV, Beatriz foi perguntada sobre o fato de ser uma mulher negra e de ter sido a primeira medalhista de ouro do Brasil nestes Jogos de Paris: 

"Mulherada, pretas e pretos do mundo todo, é possível! Acreditem! A gente pensa que está pagando muito caro, mas vale a pena quando a gente consegue!" 

Após o grande feito de Beatriz, a delegação brasileira já obteve um ouro, três pratas e três bronzes em Paris-2024. No caso específico do judô, trata-se da terceira medalha brasileira, depois da  prata de Willian Lima e do bronze de Larissa Pimenta. Ao todo, o judô brasileiro já deu 27 medalhas olímpicas ao país.

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