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Sinal verde para candidatos a sediar os Jogos Pan-Americanos de 2027

 Com o recente anúncio pela PanAm Sports, entidade organizadora dos Jogos Pan-Americanos, da retirada da sede do evento de 2027 da cidade colombiana de Barranquilla, o município de São Paulo poderá ser escolhido para organizar a próxima edição do maior festival esportivo das Américas. São Paulo já havia anunciado sua candidatura a sediar o Pan de 2031. Mas, diante desta oportunidade, a prefeitura da maior metrópole da América Latina já se mobiliza no sentido de conquistar o direito de receber os Jogos daqui a três anos. 

    Durante o anúncio, no dia 3 de janeiro, a PanAm Sports alegou que a decisão foi motivada pela inadimplência da cidade no pagamento de compromissos financeiros. A entidade desportiva não anunciou os valores, mas há comentários de que os colombianos estariam devendo à organizadora dos Jogos duas parcelas que totalizam US$8 milhões, ou cerca de R$45 milhões.





     A  Prefeitura de São Paulo confirmou por intermédio da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Seme) que diante da vaga aberta, poderá se empenhar para organizar o megaevento. Se conseguir a indicação, São Paulo sediará o Pan pela segunda vez. A primeira foi em 1963.

      A Confederação Brasileira de Futebol e o próprio governo federal anunciaram, durante a Copa feminina do ano passado, na Austrália e Nova Zelândia, o projeto brasileiro de receber a principal competição do futebol praticado por mulheres. Se confirmada a vinda do Pan para o Brasil, ela poderá ocorrer no mesmo ano que a Copa do Mundo Feminina de Futebol da Fifa.

        A última vez em que uma cidade brasileira sediou os Jogos Pan-Americanos foi em 2007, no Rio. Normalmente, a cidade sede de um Pan é anunciada com cinco anos de antecedência. Caso São Paulo ganhe o direito de patrocinar os Jogos de 2027, terá menos de três anos para construir ou reformar estádios, ginásios e instalações, além de cuidar da edificação de uma vila para os atletas e árbitros. 

     Apesar do interesse, a prefeitura paulistana ainda não manteve contato com a PanAm Sports sobre 2027. O grupo de trabalho da Seme, que vinha trabalhando para 2031, agora terá que pôr o pé no acelerador. Ainda não há informações se os governos federal e estadual estariam dispostos a apoiar a iniciativa. 

    Na Colômbia, a notícia do cancelamento do festival esportivo de Barranquilla caiu como uma bomba, já que a expectativa quanto ao Pan era muito grande, até porque aquele país não costuma sediar grandes eventos esportivos internacionais. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, solicitou à PanAm Sports (também conhecida como Odepa, Organização Desportiva Pan-Americana) que reconsidere a decisão de retirar de Barranquilla o direito de sediar os Jogos.

     "Como presidente da República e chefe da administração, dirijo-me a vocês para manifestar nossa vontade e compromisso de superar qualquer obstáculo que tenha levado à decisão anunciada", afirmou Petro em carta enviada ao Comitê Executivo da PanAm Sports. "Nosso país está à altura de organizar e receber a grande festa esportiva continental de 2027", afirmou o presidente. "Com a ajuda de vocês e o trabalho de equipe de todos, poderemos alcançar essa grande conquista."

    A PanAm Sports, por sua vez, ainda não se pronunciou a respeito dos apelos feitos pelo mandatário colombiano. 

     Polêmicas à parte, é importante observar que a metrópole brasileira não é a única interessada na celebração esportiva de 2027. Assunção, capital do Paraguai, recebeu em 2022 os Jogos Sul-Americanos e vai sediar os Jogos Pan-Americanos de Juniores, em 2025. Os Jogos de Juniores, para atletas de 12 a 22 anos, dos mesmos 41 países que tomam parte nos Jogos Pan-Americanos propriamente ditos, representam uma excelente qualificação para Assuncão. Afinal, a princípio, quem recebe os atletas jovens de todos esses países poderia, teoricamente, acolher os atletas adultos das mesmas nações, dois anos depois. Seria talvez a cidade com melhor know how para o evento de 2027.

     São Paulo e Assunção, entretanto, poderão ter contra si um fator relevante. As últimas edições do Pan foram realizadas em cidades da América do Sul: Lima, no Peru, em 2019; e Santiago do Chile, ano passado. Barranquilla, na Colômbia, seria a terceira sede sul-americana seguida, o que poderia levar a PanAm Sports a decidir não contemplar um país sul-americano. 

     A última cidade da América do Norte a sediar um Pan foi a canadense Toronto, em 2015. Neste sentido, há possibilidade de que Miami, na Flórida, ou uma cidade do estado norte- americano do Texas - Dallas ou Austin, possivelmente - se candidate a desempenhar  a função de sede emergencial. O México, por sua vez, estaria disposto a apresentar as candidaturas de Guadalajara, sede em 2011, ou Monterrey. Entretanto, não há detalhes sobre as possíveis campanhas de cidades norte-americanas e mexicanas.

     A PanAm Sports ainda não antecipou uma data ou prazo máximo para a apresentação de eventuais  candidaturas emergenciais. Entretanto, como o prazo até 2027 é curto, não há tempo a perder e, nessa corrida, levará vantagem a cidade que comprovar ser capaz organizar Jogos Pan-Americanos com instalações esportivas de nível, tecnologia adequada e conforto para atletas, treinadores, árbitros e  público em tempo recorde.

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