Até que idade é possível competir e ganhar medalhas no atletismo? Difícil responder. Ainda mais depois de visitar o Instagram https://www.instagram.com/seijunmaedo/ e observar nas fotos e vídeos a energia do nipo-brasileiro Seijun Maedo. Aos 96 anos, o atleta mostra que a vontade de viver e o amor pelo esporte são capazes de superar quaisquer limites de idade. Durante o Troféu Brasil de Masters, que reuniu mais de 800 atletas de 109 clubes nos dias 9 e 10 de novembro, em Bragança Paulista, Maedo conquistou três medalhas de ouro num mesmo dia, nos 5.000 m, 400m e 1.500m.
Único participante da categoria acima dos 95 anos e competidor mais velho do evento, Maedo começou o dia por volta das 8h, competindo nos 5.000m, com o tempo de 52m30s56. Depois, às 11h, fez os 400m, em 3m25s47, e às 15h, obteve o terceiro ouro com 1.500m, com 15m25s09. Ele pretendia fazer também os 10.000m, mas foi aconselhado pelos médicos a competir “apenas” nas três distâncias.
O veterano foi um dos competidores da Agremiação dos Nikkei do Atletismo, tetracampeã na quarta edição da Taça Brasil Master.
Foto: instagram atletismo.brasil
Nascido em Okinawa, no Japão, a 13 de março de 1928, Maedo fala poucas palavras em português apesar de morar em São Paulo, onde diariamente pega ônibus e metrô para praticar atletismo no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), da Prefeitura de São Paulo, na Vila Clementino, na capital paulista. Ele começou a treinar no atletismo somente aos 40 anos por recomendação médica para tratar uma bronquite asmática.
Em seu Instagram, pode-se ver vídeos e fotos dele nas mais variadas situações: vestido de caipira, dançando numa festa junina; segurando no colo o tataraneto, participando de uma apresentação de odori (dança tradicional japonesa que combina gestos, movimentos e expressões faciais para transmitir emoções e contar histórias); em momentos com a família ou tomando parte num karaokê, uma de suas diversões favoritas, na Liberdade, bairro onde se concentra a colônia nipônica paulistana. Com a ajuda dos filhos, já respondeu a uma pesquisa sobre o genoma humano da Universidade de São Paulo (USP).
Em várias publicações no Instagram, Maedo espalhou hashtags em português, japonês e inglês, como #queroviveratéos120anos; #vidacompropósito; #terceiraidade; #96anosdehistória, entre outras. Abaixo de sua foto na rede social a inscrição “Inspirando aos 96” não deixa dúvidas sobre seu propósito. Maedo merece cada medalha e, claro, também um Arigatô.
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